Resumo Aegiphila brachiata Vell., conhecida como peloteiro, é uma espécie arbustivo-arbórea nativa do bioma Mata Atlântica do sul e sudeste brasileiro, com potencial para reflorestamento de áreas degradadas, como planta alimentícia e medicinal. Contudo, existem poucos trabalhos que elucidem sua propagação, tanto sexuada como assexuada. Visando a elaboração de um protocolo de propagação vegetativa de A. brachiata, objetivouse avaliar a viabilidade da técnica de estaquia a partir de ramos herbáceos (Experimento I) e semilenhosos (Experimento II). O material foi coletado a partir de 20 árvores adultas no município de Bocaiuva do Sul (Paraná, Brasil). Para ambos os experimentos, as estacas foram coletadas na primavera (outubro/2019) e verão (janeiro/2020) e submetidas a tratamentos com ácido indol butírico (IBA) (0, 3000, 6000, 9000, 12000 mg L-1), sendo mantidas em casa de vegetação por 60 dias. Foram avaliadas as variáveis: porcentagem de estacas enraizadas, número e comprimento das três maiores raízes por estaca, porcentagem de estacas vivas, com calos, mortas e manutenção das folhas nas estacas. No Experimento I, a taxa de sobrevivência foi ao redor de 20 %. As duas estações do ano apresentaram diferença significativa para formação de calos, que foi maior durante o verão (17,7 % contra 4,3 % na primavera). A aplicação de IBA, nas condições estudadas, não levou a nenhuma diferença significativa nas variáveis analisadas. O Experimento II apresentou 100 % de mortalidade. Não foram obtidos resultados satisfatórios para a propagação da espécie devido à baixa taxa de enraizamento. Sendo assim, não foi possível determinar um protocolo viável de estaquia para Aegiphila brachiata.
Abstract Aegiphila brachiata Vell. (Lamiaceae), known as peloteiro, is a shrub-tree species native to Mata Atlântica from the southern region of Brazil, with a potential use for reforestation of degraded areas, as food and as medicinal plant. However, there are few studies that elucidate its propagation, both sexual and asexual. In this study, we seek to elaborate a protocol for the vegetative propagation by cuttings of A. brachiata. For this, two experiments were installed: herbaceous cuttings (Experiment I) and semi-hard cuttings (Experiment II). The material was collected from 20 adult trees in Bocaiuva do Sul (Paraná, Brazil). Both experiments were collected in two seasons: spring (October/2019) and summer (January/2020). The cuttings were treated with different concentrations of indole butyric acid (IBA) (0 mg L-1; 3000 mg L-1; 6000 mg L-1; 9000 mg L-1; 12000 mg L-1) and maintained during 60 days in a green house. The variables analyzed were: percentage of rooted cuttings, number and length of the three longer roots per cutting, percentage of cuttings alive, with callus, dead, with buds and maintenance of leaves. On Experiment I, the survival rate was 20 %. A significant difference was observed in the seasons for callus formation, that was higher during summer (17.7 % against 4,3 % during spring). The application of IBA, under the studied conditions, did not lead to any significant difference in the analyzed variables. Experiment II showed 100 % mortality. Therefore, it was not possible to determine a viable cutting protocol for Aegiphila brachiata due to the low rooting rate.