Resumo: Por que adoecem os professores? Essa é a questão que o ensaio levanta e para qual sugere pistas de respostas. Após constatar que as doenças que prevalecem entre professores brasileiros são as mesmas que prevalecem entre professores do mundo todo, conclui-se que o nó do problema está no trabalho dos professores, o invariante da questão. É, portanto, esse trabalho que precisa ser melhor e mais conhecido e que deve ser o centro das atenções. A autora defende a tese de que são os próprios professores os que têm as melhores condições de fazê-lo, exatamente porque são os que o conhecem melhor. Para ilustrar essa tese, apresenta os principais resultados de uma pesquisa de âmbito nacional na qual professores da Educação Básica, no Brasil, analisaram o seu próprio trabalho, amparados por um dispositivo metodológico, a Análise Coletiva do Trabalho (ACT), que lhes oferecia condições para se expressarem livremente e valorizava a sua palavra. A ACT se revelou um potente instrumento de análise do trabalho, pois integrava aspectos tanto da atividade como do emprego dos professores, em geral analisados separadamente, o que aumentava o seu poder explicativo. Além disso, evidenciou os lados positivos e negativos desse trabalho, oferecendo várias pistas para se compreender não só por que os professores adoecem como também o que os mantém saudáveis, duas questões diferentes, embora relacionadas entre si.
Abstract: Why do schoolteachers get sick? The essay poses this question and points in some directions for answers. After discovering that the most prevalent diseases among Brazilian schoolteachers are the same as those in teachers the world over, the author concluded that the crux of the problem lies in the schoolteachers’ work, the constant in the equation. Their work thus needs to be understood better, and their work should be the center of attention. The author contends that teachers themselves are best equipped for this task, precisely because they know their own work the best. The article presents the main results of a nationwide Brazilian survey in which schoolteachers in Basic Education (preschool through 16) analyzed their own work, backed by a method known as Collective Work Analysis (CWA) that enabled them to expound freely and that valued their own words. CWA proved to be a powerful tool for work analysis by integrating aspects of teaching activity per se with the schoolteachers’ employment, which are usually analyzed separately, and which increased the study’s explanatory power. The study also revealed positive and negative sides of this work, offering various clues for understanding not only why schoolteachers get sick but also what keeps them healthy, two different but interrelated issues.
Resumen: ¿Por qué se ponen enfermos los profesores? Esta es la cuestión que presenta este ensayo y para la que se sugieren algunas respuestas. Tras constatar que las enfermedades que predominan entre los profesores brasileños son las mismas que prevalecen entre profesores de todo el mundo, se concluye que el foco del problema está en el trabajo de los profesores, aspecto invariable en este estudio. Por ello, es necesario estudiarlo y conocerlo mejor, además de convertirlo en el centro de atención de esta cuestión. La autora defiende la tesis de que son los propios profesores quienes tienen las mejores condiciones para hacerlo, precisamente porque son quienes lo conocen mejor. Para ilustrar esta tesis, presenta los resultados principales de una investigación en el ámbito nacional donde profesores de Educación Básica, en Brasil, analizaron su propio trabajo, mediante una metodología denominada Análisis Colectivo de Trabajo (ACT), que les ofrecía condiciones para que se expresaran libremente y valoraran sus comentarios. La ACT se reveló un potente instrumento de análisis de trabajo, pues integraba aspectos tanto de la actividad, como del propio oficio de los profesores, generalmente analizados por separado, lo que aumentaba su poder explicativo. Además, evidenció los aspectos positivos y negativos de este trabajo, ofreciendo varias pistas para comprender no sólo por qué enferman los profesores, sino también qué les mantiene sanos, dos cuestiones diferentes, aunque relacionadas entre sí.