RESUMO Objetivo: Avaliar os efeitos do uso de probióticos em comparação com placebo, em pacientes pediátricos portadores de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), utilizando parâmetros laboratoriais e ultrassonográficos como desfecho. Métodos: Revisão sistemática da literatura por meio das bases de dados Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). Foram selecionados ensaios clínicos controlados randomizados publicados até novembro de 2018, sem restrição de língua, com pacientes pediátricos portadores de DHGNA, divididos em dois grupos. Um grupo foi submetido à terapia probiótica e outro grupo recebeu somente placebo. O desfecho primário avaliado foi a comparação dos níveis de alanina aminotransferase (ALT) ao início e no fim do seguimento entre os grupos probiótico e placebo. Os desfechos secundários avaliados foram os níveis de aspartato aminotransferase sérico, índice de massa corpórea, triglicerídeos totais séricos, circunferência abdominal e grau de esteatose hepática à ultrassonografia abdominal. Resultados: Foram recuperados 46 artigos, sendo três incluídos na análise qualitativa, totalizando 128 pacientes. Dois estudos demonstraram redução significativa dos níveis de ALT com o uso de probiótico (Lactobacillus rhamnosus, por oito semanas; Bifidobacterium+Lactobacillus, por 12 semanas), em comparação ao placebo. As demais variáveis avaliadas não evidenciaram diferença estatisticamente significante ente os dois grupos. Conclusões: O uso de probióticos representou redução nos níveis séricos de ALT na esteatose hepática na infância, indo ao encontro dos resultados obtidos por outros autores da literatura científica vigente. No que se refere às variáveis de desfecho secundário, não foi demonstrado benefício ou dano do tratamento de probióticos em relação ao placebo.
ABSTRACT Objective: Evaluate the effects of probiotics use, compared with placebo, in pediatric patients with non-alcoholic fatty liver disease (NAFLD), using laboratorial and ultrasonographic parameters as outcomes. Methods: A systematic review of the literature was performed through MEDLINE and Lilacs databases. The articles selected were randomized controlled clinical trials published until November 2018, without any language restriction, dealing with pediatric patients with NAFLD. Patients were divided into 2 groups. One group received probiotic therapy and the other group, only received placebo. The primary outcome evaluated was the difference between the serum levels of alanine aminotransferase (ALT) before and after receiving probiotics or placebo. The secondary outcomes evaluated were the serum aspartate aminotransferase levels, body mass index, serum triglycerides, waist circumference and level of liver steatosis on the ultrasonography. Results: A total of 46 articles were recovered, and 3 articles were included in the qualitative analysis, totaling 128 patients. Two trials revealed a significant decrease of alanine aminotransferase levels after treatment with probiotics (Lactobacillus rhamnosus for 8 weeks; Bifidobacterium+Lactobacillus for 12 weeks), when compared to the placebo. The other variables did not show a statistically significant difference between both groups. Conclusions: Probiotic therapy has contributed to the reduction of ALT serum levels in pediatric patients with nonalcoholic fatty liver disease, which is in line with results found by other authors in scientific literature. Regarding the secondary outcomes, the use of probiotics did not show benefits or damages compared to placebo.