Resumo: Introdução: O ensino da neurorradiologia na graduação médica deve ser encarado como uma ferramenta de integração para o estudo interdisciplinar de radiologia, anatomia e neurologia. Na prática, percebe-se uma limitação dos alunos em adquirir tais conhecimentos, seja pela “neurofobia”, seja pela falta de conhecimentos anatômico-radiológicos prévios e também pela carência de materiais didáticos integrados direcionados para a graduação. Contudo, há poucos trabalhos relatando as dificuldades encontradas pelos alunos no aprendizado de neurorradiologia . Objetivo: Avaliar a percepção dos estudantes de medicina sobre as dificuldades do aprendizado em neurorradiologia. Método: Estudo quantitativo, realizado com estudantes de medicina matriculados no segundo e no sétimo semestres de uma universidade de Fortaleza. Os dados foram obtidos por meio de questionário estruturado com 12 questões de respostas sim ou não. As questões versaram sobre as possíveis dificuldades encontradas para aquisição do conhecimento neurorradiológico, dentre elas: à carência de material didático direcionado, à falta de integração com a neurologia, à necessidade de conhecimentos básicos radiológicos e anatômicos, ao volume de assunto, e às limitações das metodologias ativas e tradicionais. Resultados: Foram analisados 181 questionários. Grande parte discente refere como dificuldade a necessidade de ter conhecimentos básicos prévios de radiologia (80,1%); de neuroanatomia (77,5%); e de correlacionar radiologia e neuroanatomia (70,9%). Quando comparados os grupos do 2o semestre e do 7o semestre, houve uma tendência maior a apontar a ausência de conhecimento prático de neurologia pelos alunos do 2o semestre como um fator de maior dificuldade para o aprendizado de neurorradiologia (82,6% versus 67,4%, com p<0,0018). Quando perguntados sobre a utilidade da criação de um e-Book direcionado para a graduação para o aprendizado de neurorradiologia, 85,6% dos alunos responderam afirmativamente; no caso de um aplicativo, 92,3% concordaram. Quanto à correlação entre a neurorradiologia e a prática médica, 98,3% responderam que é um conhecimento útil e necessário. Conclusão: Na opinião dos estudantes, os conhecimentos prévios de neuroanatomia e de neurologia clínica são importantes para o aprendizado de neurorradiologia. A elaboração de um material como e-book ou aplicativo com foco em integrar o ensino dessas disciplinas é considerada uma boa alternativa para facilitar a compreensão da neurorradiologia.
Abstract: Introduction: The teaching of neuroradiology in undergraduate medical school must be seen as an integration tool for the interdisciplinary study of radiology, anatomy and neurology. In practice, there is a limitation on the part of students in acquiring such knowledge, either due to “neurophobia”, or due to the lack of previous anatomical-radiological knowledge and also due to the lack of integrated didactic materials aimed at undergraduate school. However, there are few studies reporting the difficulties encountered by students in learning neuroradiology. Objective: To assess the perception of medical students about learning difficulties in neuroradiology. Method: Quantitative study, carried out with medical students enrolled in the second and seventh semesters of a university in Fortaleza. Data were obtained through a structured questionnaire with 12 yes or no answer questions. The questions addressed the possible difficulties encountered in acquiring neuroradiological knowledge, among them: the lack of targeted didactic material, the lack of integration with neurology, the need for basic radiological and anatomical knowledge, the large volume of content to study, and the limitations of active and traditional methodologies. Results: 181 questionnaires were analyzed. Most students report as difficulties: the need for basic knowledge of radiology (80.1%); neuroanatomy (77.5%); and to correlate radiology and neuroanatomy (70.9%). When comparing the 2nd semester and 7th semester groups, there was a greater tendency to point out the lack of practical knowledge of neurology by 2nd-semester students as a factor of greater difficulty in learning neuroradiology (82.6% versus 67.4 %, with p <0.0018). When asked about the usefulness of creating an e-book aimed at undergraduate students for learning neuroradiology, 85.6% of the students answered affirmatively; in the case of a mobile application, 92.3% agreed. As for the correlation between neuroradiology and medical practice, 98.3% answered that it is useful and necessary knowledge. Conclusion: In the students’ opinion, previous knowledge of neuroanatomy and clinical neurology is important for learning neuroradiology. The development of material such as an e-book or mobile application focused on integrating the teaching of these disciplines is considered a good alternative to facilitate the understanding of neuroradiology.