O objetivo deste estudo foi investigar a sobrevivência e o risco de morte em um período de 10 anos de acordo com a funcionalidade física e a frequência do sentimento de felicidade em pessoas idosas, além de realizar uma análise do possível efeito mediador da felicidade na associação entre funcionalidade física e mortalidade. Foi realizado um estudo longitudinal retrospectivo com 1.519 pessoas idosas (≥ 60 anos) entrevistadas para o Inquérito de Saúde de Campinas de 2008-2009. Foi realizado um linkage entre o banco de dados da pesquisa e o Sistema de Informação sobre Mortalidade de Campinas, com busca ativa para a confirmação de óbitos e não óbitos de 2008 a 2018. As variáveis de interesse foram a funcionalidade física (ausência/presença de limitações) e a frequência do sentimento de felicidade. Foram traçadas curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier e realizada a análise de regressão de Cox para o cálculo das razões de risco (RR). Também foi realizada uma análise de mediação utilizando o método Karlson-Holm-Breen (KHB). Na análise ajustada, a limitação funcional grave (RR = 2,8; IC95%: 2,0-3,8) e baixa frequência de felicidade (RR = 1,6; IC95%: 1,3-2,0) aumentaram o risco de óbito no período. A baixa frequência de felicidade mediou a associação entre funcionalidade física e mortalidade em 14%. Os resultados destacam a importância de estratégias voltadas para a manutenção da funcionalidade física durante o processo de envelhecimento. Além disso, uma maior frequência do sentimento de felicidade aumentou a sobrevivência da população. Os resultados também mostram que a felicidade desempenha um papel importante de mediação na associação entre capacidade funcional e mortalidade em pessoas idosas.
El objetivo de este estudio fue investigar la supervivencia y el riesgo de muerte en un período de 10 años según la funcionalidad física y la frecuencia del sentimiento de felicidad en personas mayores, además de realizar un análisis del posible efecto mediador de la felicidad sobre la asociación entre la funcionalidad física y la mortalidad. Se realizó un estudio longitudinal retrospectivo con 1.519 personas mayores (≥ 60 años) participantes en la Encuesta de Salud de Campinas de 2008-2009. Se realizó una vinculación entre la base de datos de investigación y el Sistema de Información de Mortalidad de Campinas, con una búsqueda activa de la confirmación de defunciones y no defunciones de 2008 a 2018. Las variables de interés fueron la funcionalidad física (ausencia/presencia de limitaciones) y la frecuencia del sentimiento de felicidad. Se trazaron curvas de supervivencia de Kaplan-Meier, y se realizó un análisis de regresión de Cox para calcular las razones de riesgo (RR). También se realizó un análisis de mediación utilizando el método Karlson-Holm-Breen (KHB). En el análisis ajustado, la limitación funcional severa (RR = 2,8; IC95%: 2,0-3,8) y la baja frecuencia de felicidad (RR = 1,6; IC95%: 1,3-2,0) aumentaron el riesgo de muerte en el período. La baja frecuencia de felicidad favoreció la asociación entre la funcionalidad física y la mortalidad en un 14%. Los resultados destacan la importancia de las estrategias dirigidas a mantener la funcionalidad física durante el proceso de envejecimiento. Además, una mayor frecuencia del sentimiento de felicidad aumentó la supervivencia de la población. Los resultados también muestran que la felicidad juega un importante papel mediador en la asociación entre la capacidad funcional y la mortalidad en las personas mayores.
The aim was to investigate survival and risk of death within a ten-year period according to physical functioning and frequency of the feeling of happiness in older people, conducting an analysis of the possible mediating effect of happiness on the association between physical functioning and mortality. A retrospective longitudinal study was conducted with 1,519 older people (≥ 60 years) interviewed for the 2008/2009 Health Survey in Campinas. A linkage was made between the databank of the survey and the Campinas Mortality Information System, with active search for confirmation of deaths and non-deaths from 2008 to 2018. Variables of interest were physical functioning (absence/presence of limitations) and frequency of feeling happiness. Kaplan-Meier survival curves were plotted and Cox regression analysis was performed to estimate hazard ratios (HR). A mediation analysis was also conducted using the Karlson-Holm-Breen (KHB) method. In the adjusted analysis, severe functional limitation (HR = 2.8; 95%CI: 2.0-3.8) and low frequency of happiness (HR = 1.6; 95%CI: 1.3-2.0) increased the risk of death in the period. Low frequency of happiness mediated the association between functioning and mortality by 14%. The results underscore the importance of strategies to maintain physical functioning during aging. Moreover, a greater frequency of the feeling of happiness increased the survival of the population. The findings also show that happiness plays an important mediating role in the association between functioning and mortality in older people.