INTRODUÇÃO: Cerca de 25% das mulheres apresentarão deficiência estrogênica sintomática necessitando terapia de reposição hormonal. A utilização de terapia de reposição hormonal diminui os sintomas vasomotores e outras morbimortalidades. A terapia de reposição hormonal geralmente não é recomendada para as pacientes com câncer de mama, devido o possível aumento no risco de recorrência. Para responder às questões sobre a segurança da terapia de reposição hormonal neste subgrupo de mulheres, é necessário estabelecer a aceitação do tratamento. MÉTODO: Entre setembro de 1998 e fevereiro de 2001, 216 pacientes foram submetidas a um questionário auto-aplicável. As pacientes haviam encerrado o tratamento antineoplásico e, receberam informações sobre as taxas de sobrevida após câncer de mama e terapia de reposição hormonal. RESULTADOS: Entre as 216 pacientes, 134(62%) não fariam terapia de reposição hormonal. Cem pacientes receavam uma recorrência (74,6%). Tamoxifeno adjuvante foi a única variável estatisticamente significativa (70,3% versus 29,7% p=0,003). Conhecimento do estádio clínico (p= 0,045) e tipo de assistência médica (privada versus pública , p=0,033) parecem influenciar a decisão. Estádio inicial (p= 0,22), tipo de cirurgia (radical versus conservadora, p=0,67), quimioterapia adjuvante (p=0,082) ou estado civil (p=0,98) não foram estatisticamente significativos. Várias pacientes submetidas à quimioterapia adjuvante (41,6%) aceitariam terapia de reposição hormonal sob supervisão médica, assim como a maioria das pacientes com doença avançada (58,3%; p=0,022). DISCUSSÃO: Foi observada uma alta taxa de rejeição à terapia de reposição hormonal entre as pacientes quando informações atualizadas sobre taxas de cura, e potenciais riscos do uso de estrógeno estão disponíveis. Efeitos adversos associados ao tamoxifeno adjuvante poderiam estar relacionados à maior recusa .
INTRODUCTION: In the postmenopausal period, an average of 25% of women will present symptomatic ovarian failure requiring hormonal replacement therapy. Estrogen can relieve vasomotor symptoms. Hormonal replacement therapy is generally not recommended for breast cancer patients due to the potential risk of tumor recurrence. To answer the questions about the safety of hormonal replacement therapy in this subgroup of women, it is necessary to establish the acceptance of treatment. METHODS: Between September 1998 and February 2001, a cohort of 216 breast cancer patients were asked to complete a questionnaire. All patients had completed their treatment and were informed about survival rates after breast cancer and hormonal replacement therapy. RESULTS: Among the 216 patients, 134 (62%) would refuse hormonal replacement therapy. A hundred patients were afraid of relapse (74.6%). Adjuvant tamoxifen therapy was the only statistically significant variable (70.3% versus 29.7% p=0.003). Understanding clinical stage (p= 0.045) and type of medical assistance (private versus public , p=0.033) also seemed to influence the decision. Early stage disease (p= 0.22), type of surgical procedure (radical versus conservative, p=0.67), adjuvant chemotherapy (p=0.082) or marital status (p=0.98 ) were not statistically significant in decision making. Several patients submitted to adjuvant chemotherapy (41.6%) would accept hormonal replacement therapy under medical supervision, as did most of advanced clinical stage patients (58.3%; p=0.022). CONCLUSION: There is a high level of rejection for hormonal replacement therapy among breast cancer patients when current data on tumor cure rates, and potential risks of estrogen use is available. Adverse effects of tamoxifen in the adjuvant setting may be the reason for refusal of hormonal replacement therapy .