O Programa Saúde da Família (PSF) prioriza o atendimento a grupos considerados de maior risco a agravos, entre eles, a população com diabetes e hipertensão. Este estudo tem como objeto avaliar a assistência à população usuária do PSF de Francisco Morato, São Paulo, Brasil. Desenvolveu-se um inquérito domiciliar, com amostra probabilística dos pacientes com diabetes e/ou hipertensão cadastrados no município. A análise enfocou questões referentes ao acesso, à satisfação do usuário e à qualidade da assistência. Dos 72 entrevistados, 14 eram diabéticos, 30 hipertensos e 28 portadores das duas patologias. Do total de entrevistados, 64 (88,9%) eram usuários do PSF local. O estudo destaca que 26,6% desses usuários não tinham acesso a nenhum serviço de saúde antes da implantação do PSF. Entre os que tinham acesso, 53,2% se deslocavam a outro município. Os índices de satisfação do usuário e percepção da resolutividade do programa mostraram-se favoráveis, em torno de 66%. Por outro lado, 57,8% dos entrevistados relataram que não recebem todo o medicamento do serviço. Quanto à qualidade da assistência, detectou-se que 25% das anamneses eram incompletas, e 43,7% dos exames físicos eram insatisfatórios. O PSF mostrou-se uma alternativa válida para aumentar o acesso à saúde, na busca de maior eqüidade no atendimento às necessidades da população.
The Brazilian Ministry of Health launched its Family Health Program (FHP) in 1994 as a new strategy aimed at reorganizing the healthcare system starting from the primary care level. The Program prioritizes delivery of care to groups identified as presenting increased risk, such as diabetic and hypertensive individuals. The objective of this study was to evaluate the care delivered to such patients by professionals in this program in the municipality of Francisco Morato, São Paulo, Brazil. A random cluster-based sample selected 84 patients with diabetes and/or hypertension who answered a questionnaire at home. Seventy-two patients responded. Of these, 19% were diabetic, 41.7% hypertensive, and 38.9% had both diabetes and hypertension. As for the care offered by the FHP, only 35.9% received excellent diagnostic workups and 10.9% excellent physical examinations. Some 20.8% of the patients reported illness-related complications. With the implementation of the FHP, access to care improved for both diabetic and hypertensive patients. The FHP proved to be a valid alternative to increase healthcare access, seeking to achieve greater equity by delivering care in accordance with the population's needs.