FUNDAMENTO: No atendimento ao episódio sincopal é necessário estratificar o risco para melhor diferenciar pacientes que necessitam de internação hospitalar daqueles que podem ser liberados. Os critérios utilizados pelos médicos avaliadores desses pacientes em emergências cardiológicas em nosso meio são desconhecidos. OBJETIVOS: Analisar quais os critérios adotados para internação hospitalar, diferenciá-los dos utilizados nos pacientes liberados e compará-los com os preditores de alto risco definidos pelo escore de OESIL já validado para esse fim. MÉTODOS: Estudo transversal em pacientes diagnosticados com síncope na emergência em nossa instituição no ano de 2011. RESULTADOS: Dos 46.476 atendimentos realizados naquele ano, 216 foram descritos como síncope. Dos 216 pacientes analisados, 39% foram internados, sendo que as principais variáveis associadas à admissão foram síncope prévia, doença cardíaca conhecida, história negativa para acidente vascular encefálico no passado, ECG alterado e possuir plano de súde. Na comparação internação contra não internação, os escores OESIL 0-1 foram associados a maior chance de liberação hospitalar; os escores 2-3 apresentaram maior associação com internação. Um escore OESIL >2 demonstrou razão de chances 7,8 vezes maior de internação comparado com o escore 0 (p < 0,001; IC95%: 4,03-15,11). Aproximadamente 39% dos pacientes não tiveram definição etiológica e em 18% foi identificada uma causa cardiológica. CONCLUSÕES: Fatores como doença cardiovascular conhecida, história sincopal prévia, ausência de AVC prévio, possuir seguro de saúde e eletrocardiograma alterado foram os critérios utilizados pelos médicos em emergência para indicar internação hospitalar. Houve boa correlação entre os critérios clínicos e os critérios de risco do OESIL descritos na literatura.
BACKGROUND: Risk stratification of a syncopal episode is necessary to better differentiate patients needing hospitalization of those who can be safely set home from the emergency department. Currently there are no strict guidelines from our Brazilian medical societies to guide the cardiologist that evaluate patients in an emergency setting. OBJECTIVES: To analyze the criteria adopted for defining the need for hospitalization and compare them with the predictors of high risk for adverse outcome defined by the OESIL score that is already validated in the medical literature for assessing syncope. METHODS: A cross-sectional study of patients diagnosed with syncope during emergency department evaluation at our institution in the year 2011. RESULTS: Of the 46,476 emergency visits made in that year, 216 were due to syncope. Of the 216 patients analyzed, 39% were hospitalized. The variables associated with the need of hospital admission were - having health care insurance, previous known cardiovascular disease, no history of prior stroke, previous syncope and abnormal electrocardiograms during the presentation. In comparison with those not admitted OESIL scores of 0-1 were associated with a greater chance of emergency discharge; 2-3 scores showed greater association with the need of hospitalization. A score > 2 OESIL provided an odds ratio 7.8 times higher for hospitalization compared to score 0 (p <0.001, 95% CI:4,03-15,11). In approximately 39% no etiological cause for syncope was found and in 18% cardiac cause was identified. CONCLUSIONS: Factors such as cardiovascular disease, prior history of syncope, health insurance, no previous stroke and abnormal electrocardiograms, were the criteria used by doctors to indicate hospital admission. There was a good correlation between the clinical judgment and the OESIL criteria for high risk described in literature.