Resumo Objetivo: Comparar a prescrição de medicamentos em idosos usuários do SUS com usuários de Plano de Saúde Suplementar à luz dos critérios de Beers. Método: Trata-se de uma análise documental, quantitativa, utilizando dois bancos de dados, obtidos a partir de pesquisas realizados no mesmo município. No primeiro, a amostra incluiu 532 pessoas com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, usuárias do SUS. No segundo, a amostra foi de 239 pessoas com 60 anos ou mais, independente do sexo, usuárias do principal plano de saúde suplementar. As análises estatísticas relativas às comparações entre os dados dos dois bancos foram realizadas por meio do teste de qui-quadrado de Pearson e da extensão do teste exato de Fisher com nível de significância α igual a 5%. Resultados: Os resultados mostram diferenças significativas do uso de medicamentos e polimedicação entre os usuários dos dois prestadores de serviço. Além disso, houve diferenças estatisticamente significantes entre o prestador de serviço, sendo que usuários do SUS utilizam mais anti-inflamatórios não esteroidais (p=0,01), sulfonilureias de longa duração (p=0,02) e nifedipino (p=0,01) e o usuários do plano de Saúde Suplementar utilizam mais relaxantes musculoesqueléticos (p=0,01), estrogênio (p=0,01), amiodarona (p=0,01) e doxazosina (p=0,01), enquanto potencialmente inapropriados para idosos. Conclusão: Há diferenças entre ter plano de saúde ou não quanto ao perfil de utilização de medicamentos, inclusive para os potencialmente inapropriados para uso em idosos. O uso de tecnologias de informação que centralizasse dados dos idosos, tanto no SUS quanto na Saúde Suplementar, poderia reduzir prescrições inapropriadas ou desnecessárias.
Abstract Objective: to compare the prescription of medications to elderly users of the SUS with users of a Supplementary Health Plan in the context of the Beers criteria. Method: a quantitative documental analysis using two databases, obtained from surveys conducted in the same municipal region, was performed. In the first database, the sample included 532 people aged 60 years or older, of both genders, who were users of the SUS. In the second, the sample was 239 people aged 60 years or older, irrespective of gender, who were users of the principal supplementary health plan. Statistical analyses to compare the data of the two databases were performed using Pearson’s Chi-squared Test and the extension of Fisher’s Exact test, with a significance level α equal to 5%. Results: The results showed significant differences in the use of medications and polypharmacy among the users of the two service providers. Moreover, there were statistically significant differences between the service providers, with SUS users using more non-steroidal anti-inflammatory drugs (p=0.01), long-lasting sulfonylureas (p=0.02) and Nifedipine (p=0.01), and the users of the Supplementary Health Care plan using more musculoskeletal relaxants (p=0.01), estrogen (p=0.01), amiodarone (p=0.01) and Doxazosin (p=0.01), which are potentially inappropriate for the elderly. Conclusion: there are differences between having health insurance or not in terms of the profile of drug use, including in medications which are potentially inappropriate for use among the elderly. The use of information technology that centralizes the data of the elderly, both in the SUS and in Supplementary Health, could reduce inappropriate or unnecessary prescriptions.