Resumo Considerando que habilidades sociais (HS) podem ser preditoras de bom desempenho escolar e que crianças e adolescentes com longo tempo de permanência em instituições tendem a apresentar dificuldades escolares, buscou-se, no presente estudo, comparar HS, problemas de comportamento e desempenho escolar entre crianças/adolescentes com e sem histórico de acolhimento institucional. Participaram do estudo 36 crianças/adolescentes divididas em dois grupos: G1, composto por 18 crianças/adolescentes de três instituições de acolhimento do interior do estado do Mato Grosso do Sul, e G2, composto por 18 crianças/adolescentes sem histórico de acolhimento e do mesmo contexto escolar; além de seus respectivos docentes. Todos os estudantes responderam a inventários de HS, conforme a idade e ao Teste de Desempenho Escolar (TDE). Os professores responderam a duas escalas: uma de HS e uma de problemas comportamentais. Para o G1, maiores índices de habilidades sociais foram correlacionados a bom desempenho em leitura e problemas de comportamento foram correlacionados a índices mais baixos nos escores totais do TDE. Para o G2, maiores índices de habilidades sociais correlacionaram-se a melhor desempenho em matemática no TDE. Os participantes do G2 perceberam-se mais habilidosos que os do G1, apesar de os professores terem percebido as habilidades sociais de ambos os grupos como semelhantes. Em relação aos problemas de comportamento, os professores indicaram diferenças significativas, com maiores índices para o G1. Os dados sugerem intervenções junto aos professores para que possam reforçar comportamentos habilidosos de seus alunos, favorecer o autoconceito e o desempenho escolar.
Abstract Considering that social skills (SS) may be predictors of good school performance and that children and adolescents institutionalized for a long time tend to present school difficulties, this study sought to compare SS, behavioral problems, and school performance in children/teenagers with and without institutional sheltering experiences. The study sample consisted of teachers and 36 children/teenagers that were divided into two groups: G1, which included 18 children and teens from three shelters in the countryside of Mato Grosso do Sul; and G2, including 18 children and teens without history of institutional sheltering and from the same school context as G1. All students answered social skills inventories according to their age and the School Performance Test (SPT). Teachers answered two scales: one for SS and one for behavioral problems. In G1, higher social skills scores were associated with good reading performances whereas behavioral problems were associated with lower total scores in the SPT. In G2, higher social skills scores were associated with better performance in SPT mathematics test. Although teachers reported similar social skills in both groups, G2 participants perceived themselves as more skilled than G1 participants. In turn, teachers assigned higher scores for behavioral problems in G1, significantly different than those found for G2. These findings indicate the need for interventions implemented with the help of teachers to reinforce skilled behaviors in their pupils, favoring self-esteem and school performance.
Resumen Las habilidades sociales (HS) pueden ser predictoras de un buen rendimiento escolar. Considerando los indicativos de dificultades escolares de niños y adolescentes con largo tiempo de permanencia en instituciones de acogida, el presente estudio pretende comparar las habilidades sociales, los problemas de conducta y el rendimiento escolar entre niños/adolescentes con y sin histórico de acogida institucional. En el estudio, participaron 36 niños/adolescentes que fueron divididos en dos grupos: G1 - que consta de 18 niños/adolescentes de tres instituciones de acogida de la zona rural de estado de Mato Grosso do Sul (Brasil); y G2 - que se compone de 18 niños/adolescentes sin histórico de acogida y del mismo contexto escolar; además de sus respectivos maestros. Los participantes del G1 y del G2 respondieron a inventarios de habilidades sociales según la edad y al Test de Rendimiento Escolar (TRE). Los profesores respondieron a dos escalas: la de HS y la de problemas de conducta. Para el G1, los más altos índices de habilidades sociales se correlacionaron a un buen rendimiento en lectura; y los índices más bajos se correlacionaron a problemas de conducta en los puntajes totales del TRE. Para el G2, los más altos índices de habilidades sociales estuvieron correlacionados a un mejor rendimiento en matemáticas en el TRE. Los participantes del G2 fueron más hábiles que los del G1, pero los profesores percibieron las habilidades sociales de ambos grupos como semejantes. Con relación a los problemas de conducta, los profesores indicaron diferencias significativas, con altos índices para el G1. Los datos sugieren intervenciones junto con los profesores para que puedan reforzar conductas hábiles de sus alumnos, favorecer el autoconcepto y el rendimiento escolar de ellos.