Resumo Introdução: o trabalho em unidades de terapia intensiva proporciona grande exposição a riscos ocupacionais. Objetivos: conhecer a percepção de trabalhadores de enfermagem de terapia intensiva sobre os riscos ocupacionais a que estão expostos e sobre as Precauções-Padrão (PP) e descrever os fatores que interferem, ou não, na adesão às PP recomendadas. Método: estudo de abordagem qualitativa, descritivo exploratório, com doze trabalhadores de enfermagem de duas unidades de terapia intensiva, realizado entre julho e setembro de 2015. Foi utilizada entrevista semiestruturada e análise de conteúdo temática. Resultados: os riscos psicológicos ou emocionais, químicos, biológicos e ergonômicos foram os mais percebidos. Em relação às PP, os trabalhadores indicam que existe adesão, mas não integralmente, principalmente no uso de EPIs. Identificaram-se como fatores favoráveis à adesão das PP a disponibilização de materiais de proteção e a conscientização e, como desfavoráveis, sentimento de autoconfiança, estrutura das unidades e organização do trabalho, quantitativo de funcionários, carga de trabalho, pressa, intercorrências e tempo prolongado para diagnóstico de pacientes com doenças infectocontagiosas. Conclusão: apesar das questões pessoais envolvidas na percepção dos riscos ocupacionais e na decisão de utilizar ou não as PP, as autoras entendem que é possível potencializar os fatores que favorecem a adesão.
Abstract Introduction: working at intensive care units leads to great exposure to occupational hazards. Objectives: to know how intensive care nursing workers perceive occupational hazards and Standard Precautions (SP), as well as to describe factors that may interfere with the adherence to the recommended SP. Method: qualitative, descriptive, and exploratory study conducted between July and September 2015 involving twelve nursing workers from two intensive care units. Semi-structured interviews and thematic content analysis were used. Results: the most perceived hazards were psychological or emotional, chemical, biological, and ergonomic. Regarding SP, workers indicated that there was partial adherence, mainly when it concerned the use of PPE. We identified the availability of protective materials and the awareness as factors favoring the adhesion to SP. As unfavorable factors, feeling of self-assurance, work organization and structure of units, number of employees, workload, haste, unforeseen circumstances, and prolonged time for diagnosing patients with infectious diseases. Conclusion: despite the personal issues involved in the perception of occupational hazards and in deciding whether or not using SP, the authors understand that it is possible to enhance the factors favoring adherence.