RESUMO:O presente artigo propõe pensar sobre o processo de individuação na formação de professores, aprofundando o olhar nos processos que permeiam a formação docente, muitas vezes legitimada por modos de ser que delimitam uma "forma". Utilizamos, principalmente, o diálogo teórico entre o escritor Mia Couto e o filósofo Gilbert Simondon, para trazer à tona a operação de individuação que lida com outros tempos e espaços formativos. A individuação que conversa com a literatura nos permite perceber a processualidade do vivo, em seu caráter de inacabamento, e das nossas individuações infinitas, efetuadas pelo afetivo. Mia Couto, através da sua escrita literária, ilustra a não-identidade de Simondon e de como acessamos o mundo (e somos acessados por ele) quando nos desvencilhamos de modos de ser definidos e determinados. Assim, desconstruimos o indivíduo tomado como entidade acabada e fazemos aparecer o sujeito em co-existência com o mundo.
ABSTRACT:This article proposes to reflect upon the process of individuation in teacher education, broadening the view on processes which permeate teacher training, often legitimized by ways of being that delimit a "form". This reflection is mainly based on the theoretical dialogue between the writer Mia Couto and the philosopher Gilbert Simondon, aiming to highlight the operation of individuation that deals with other times and formative spaces. Observing individuation through dialoguing with literature allows us to realize the processuality of the living subject, in their character of incompleteness, and of our endless individuations, performed by the affective domain. Mia Couto, through his literary writings, illustrates the non-identity of Simondon and how we access the world (and are accessed by it) when we get rid of defined and determined ways of being. Thus, we deconstruct the individual that is taken as a finished entity and provoke the emergence of the subject in co-existence with the world.
RÉSUMÉ:Cet article propose à réfléchir sur le processus d'individuation dans la formation d'enseignants, en approfondissant le regard sur les processus qui traverse cette formation, souvent légitimée par des manières d'être qui délimitent une "forme". On a utilisé principalement le dialogue théorique entre l'écrivain Mia Couto et le philosophe Gilbert Simondon pour mettre en évidence l'opération d'individuation qui travaille avec d'autres temps et espaces formatifs. L'individuation qui dialogue avec la littérature permet de comprendre la processualité du "vivant", dans son caractère d'inachèvement et de nos individuations infinies, réalisées par l'affectif. Mia Couto, par son écriture littéraire, illustre la non-identité de Simondon et de comment on accède au monde (et comment on est accédé par lui) quand on se débarrasse de manières d'être définies et déterminées. Ainsi, on déconstruit l'individu pris comme entité finie et on fait apparaître le sujet celui qui coexiste avec le monde.