RESUMO Em relação às diversas doenças que reduzem a produção da cultura do tomateiro, destaca-se a ocorrência da virose conhecida como “vira-cabeça”. Epidemias dessa doença são frequentes com altas taxas de progresso e danos significativos. Nesse caso, estudos sobre a variabilidade espaço-temporal podem auxiliar em propor estratégias de manejo. Portanto, o objetivo desse estudo foi mapear a distribuição espacial da incidência do “vira-cabeça” ao longo do tempo em lavoura de tomateiro, para entender os mecanismos de dispersão do patógeno e progresso da doença. Para isso, a presença ou ausência de sintomas da doença foi monitorada ao longo do tempo em 120 plantas georreferenciadas, dispostas em malha regular e distribuídos num espaçamento de 1,0 x 0,5 m. Os dados de incidência da doença foram submetidos à análise geoestatística. Após o ajuste dos semivariogramas foi realizada a interpolação dos dados por krigagem. Houve epidemia da doença na lavoura de tomate, e a taxa de progresso (Dy/Dt) variou de 4,7 a 6 plantas doentes/dia, e 100% das plantas apresentaram sintomas aos 20 dias após a primeira detecção da doença na lavoura. Houve dependência espacial forte da distribuição das plantas de tomateiro com sintomas de “vira-cabeça” em todas as avaliações, e valor de alcance variando de 4,3 a 1,69 m. Ao longo do tempo surgiram focos secundários da doença, expansão lateral e coalescência desses, caracterizando dispersão por ação do agente vetor associado às fontes de inóculo inicial, internas e externas à lavoura. O padrão aleatório de distribuição da doença evoluiu para agregado, e posteriormente regular.
ABSTRACT Considering the various diseases that reduce tomato crop production, the virosis known as “vira-cabeça” is highlighted. Epidemics of this disease are frequent, showing high progress rates and expressive damage. In this case, studies about the space-time variability can help propose management strategies. Therefore, the aim this study was to map the spatial distribution of tospovirus incidence over time in a tomato crop in order to understand the dispersal mechanisms of this pathogen and the disease progress. Thus, the presence or the absence of symptoms of this disease was monitored over time in 120 georeferenced plants, arranged in a regular mesh and distributed in a spacing of 1.0 x 0.5 m. The disease incidence data were subjected to the geostatistical analysis. After the adjustment of semivariograms, interpolation of data was performed by means of kriging. There was epidemic of the disease in tomato crop, and the progress rate (Dy/Dt) varied from 4.7 to 6 diseased plants/day, while 100% plants exhibited symptoms at 20 days after the first detection of the disease on the crop. There was strong spatial dependence of the distribution of tomato plants with symptoms of “vira-cabeça” in all assessments, and the reach value varied from 4.3 to 1.69 m. Over time, secondary foci of the disease emerged, as well as lateral expansion and coalescence of the latter, characterizing dispersion due to the action of the vector agent associated with initial inoculum sources, internal and external to the tomato crop. The random pattern of the disease distribution progressed to aggregated and subsequently regular.