Resumo Contar um período histórico está diretamente relacionado a questões políticas, sociais, históricas, culturais e temporais. No caso da ditadura militar brasileira, “o que foi” (ou o que é) ainda está sendo produzido, seja na historiografia ou na literatura. Muitas dessas histórias, entretanto, ainda não foram contadas e permanecem esquecidas, excluídas e/ou ignoradas. Neste artigo, atentaremos para os pontos cegos da história, observando a relação e composição das temporalidades coloniais e ditatoriais e discutindo quais histórias de violência e de resistência foram contadas, como foram escritas e mobilizadas, mesmo anos depois dos processos de justiça de transição e de reparação, no presente e na literatura, a partir das narrativas Nem tudo é silêncio (2010), de Sonia Bischain, a chamada Trilogia infernal, composta pelos livros Aqui, no coração do inferno (2016), O peso do coração do homem (2017), e O amor, esse obstáculo (2018), de Micheliny Verunschk, em maior medida, e, em menor medida, as obras Ainda estou aqui (2015), de Marcelo Rubens Paiva, e Antes do passado (2012), de Liniane Brum.
Abstract Narrating a historical period is directly related to political, social, historical, cultural and temporal issues. In the case of the Brazilian military dictatorship “what was” (or what is) is still being produced, whether in historiography or literature. Many of these stories, however, have yet to be told and remain forgotten, excluded or ignored. In this text, we will observe the blind spots of this history, observing the relationship and composition of colonial and dictatorial temporalities and seeking to observe which stories of violence and resistance were told, and how they were written and mobilized, even years after the transitional justice and reparation processes, in the present and in literature, looking at the narratives Nem tudo é silêncio (2010), by Sonia Bischain, the so-called Trilogia infernal, composed by the books Aqui, no coração do inferno (2016), O peso do coração do homem (2017), O amor, esse obstáculo (2018), by Micheliny Verunschk, to a greater extent, and, to a lesser extent, the works Ainda estou aqui (2015), by Marcelo Rubens Paiva, and Antes do passado (2012), by Liniane Brum.
Resumen Contar un período histórico está directamente relacionado con cuestiones políticas, sociales, históricas, culturales y temporales. En el caso de la dictadura militar brasileña se sigue produciendo “lo que fue” (o lo que es), ya sea en la historiografía o en la literatura. Sin embargo, muchas de estas historias aún no se han contado y siguen olvidadas, excluidas o ignoradas. En este texto examinaremos los puntos ciegos de esta historia, discutiendo la relación y la composición de las temporalidades coloniales y dictatoriales y observando qué historias de violencia y resistencia se contaron, y cómo se escribieron y movilizaron, incluso años después de los procesos de justicia transicional y reparación, en el presente y en la literatura, desde las narrativas Nem tudo é silêncio (2010, de Sonia Bischain, la llamada Trilogia Infernal, compuesta por los libros Aqui, no coração do inferno (2016), O peso do coração do homem (2017), y O amor, esse obstáculo (2018), de Micheliny Verunschk, en mayor medida, y, en menor medida, las obras Ainda estou aqui (2015), de Marcelo Rubens Paiva y Antes do passado (2012), de Liniane Brum.