OBJETIVO: Estimar as prevalências de comportamentos prejudiciais à saúde e de outros fatores de risco cardiovascular entre idosos com hipertensão auto-referida e comparando-as com de não-hipertensos. MÉTODOS: Foram utilizados dados do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), referentes aos 9.038 idosos residentes em domicílios com pelo menos uma linha telefônica fixa nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal em 2006. RESULTADOS: A prevalência de hipertensão auto-referida foi de 55% (IC 95%: 53;57). A maioria dos hipertensos apresentava concomitância de três ou mais fatores de risco (69%; IC 95%: 67;71). Foram observadas altas prevalências de atividades físicas insuficientes no lazer (88%; IC 95%: 86;89) e do consumo de frutas e hortaliças inferior a cinco porções diárias (90%; IC 95%: 88;90) entre hipertensos, seguidas pela adição de sal aos alimentos (60%; IC 95%: 57;63), consumo habitual de carnes gordurosas (23%; IC 95%: 21;25), tabagismo (9%; IC 95%: 7;10) e consumo abusivo de álcool (3%; IC 95%: 2;4). Essas prevalências foram semelhantes às observadas entre não hipertensos (p >0,05), exceto tabagismo. A prevalência do tabagismo foi menor entre hipertensos (razão de prevalência ajustada [RPA] = 0,75; IC 95%: 0,64;0,89) e as prevalências de sobrepeso (RPA= 1,37; IC 95%: 1,25;1,49), dislipidemia (RPA 1,36; IC 95%: 1,26;1,36) e diabetes (RPA= 1,37; IC 95%: 1,27;1,37) foram mais altas. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que, exceto tabagismo, os comportamentos prejudiciais à saúde entre idosos persistem após o diagnóstico da hipertensão arterial.
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of unhealthy behaviors and other cardiovascular risk factors among older adults with self-reported arterial hypertension, and to compare these prevalences with those of non-hypertensives. METHODS: Data used was obtained from the system Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL - Telephone-based Surveillance of Risk and Protective Factors for Chronic Diseases) referring to the 9,038 older adults living in households with at least one fixed telephone line in the 26 Brazilian state capitals and Federal District in 2006. RESULTS: Prevalence of self-reported hypertension was 55% (95% CI: 53;57). The majority of hypertensives showed three or more concomitant risk factors (69%; 95% CI: 67;71). It was found a high prevalence of insufficient physical activity during leisure (88%; 95% CI: 86;89) and of fruit and vegetable intake below five daily portions (90%; 95% CI: 88;90) among hypertensive subjects, followed by adding salt to meals (60%; 95% CI: 57;63), regular intake of fatty meats (23%; 95% CI: 21;25), smoking (9%; 95% CI: 7;10), and binge drinking (3%; 95% CI: 2;4). With the exception of smoking, these prevalences were similar to those reported by non-hypertensive subjects (p >0.05). Prevalence of smoking was lower among hypertensives (adjusted prevalence ratio [APR] = 0.75; 95% CI: 0.64;0.89), whereas prevalence of overweight (APR = 1.37; 95% CI: 1.25;1.49), dyslipidemia (APR = 1.36; 95% CI: 1.26;1.36), and diabetes (APR = 1.37; 95% CI: 1.27;1.37) was higher. CONCLUSIONS: Results suggest that, with the exception of smoking, unhealthy behaviors persist among older adults after hypertension is diagnosed.
OBJETIVO: Estimar las prevalencias de factores de riesgo de comportamientos y otros factores de riesgo cardiovascular entre ancianos con hipertensión auto-referida, comparándolas con las de no hipertensos. MÉTODOS: Fueron utilizados datos del Sistema de Vigilancia de Factores de Riesgo y Protección para Enfermedades Crónicas por Pesquisa Telefónica (VIGITEL), referentes a los 9.038 ancianos residentes en domicilios con por lo menos una línea telefónica fija en las 26 capitales brasileras y en el Distrito Federal en 2006. RESULTADOS: La prevalencia de hipertensión auto-referida fue de 55% (IC 95%: 53;57). La mayoría de los hipertensos presentaba concomitancia de tres o más factores de riesgo (69%; IC 95%: 67;71). Fueron observadas altas prevalencias de actividades físicas insuficientes en el ocio (88%; IC 95%: 86;89) y de consumo de frutas y hortalizas inferior a cinco porciones diarias (90%; IC 95%: 88;90) entre hipertensos, seguidas por la adición de sal a los alimentos (60%; IC 95%: 57;63), consumo habitual de carnes grasosas (23%; IC 95%: 21;25), tabaquismo (9%; IC 95%: 7;10) y consumo abusivo de alcohol (3%; IC 95%: 2;4). Estas prevalencias fueron semejantes a las observadas entre no hipertensos (p>0,05), excepto tabaquismo. La prevalencia del tabaquismo fue menor entre hipertensos (razón de prevalencia ajustada [RPA] = 0,75; IC 95%: 0,64;0,89) y las prevalencias de sobrepeso (RPA= 1,37; IC 95%: 1,25;1,49), dislipidemia (RPA 1,36; IC 95%: 1,26;1,36) y diabetes (RPA= 1,37; IC 95%: 1,27;1,37) fueron más altas. CONCLUSIONES: Los resultados sugieren que, excepto tabaquismo, los comportamientos prejudiciales a la salud entre ancianos persisten posterior al diagnóstico de la hipertensión arterial.