OBJETIVO: investigar o conhecimento vocal e sua importância como recurso pedagógico em professores universitários. MÉTODOS: participaram 112 docentes, média de 46,60 anos, 35,7% do sexo masculino e 64,3% do feminino, 66,1% doutores. Utilizou-se o questionário Condições de Produção Vocal-Professor, adaptado pela pesquisadora, além da inserção de novas questões abertas e fechadas de interesse para o estudo, as quais foram assinaladas em uma escala analógica de zero a dez. Foram coletadas amostras de voz dos professores e analisadas por avaliação fonoaudiológica. As questões fechadas receberam tratamento estatístico, considerando-se a média das notas autorreferidas, em cada variável pesquisada. Os resultados foram correlacionados a partir das variáveis: sexo e presença/ausência de alteração vocal. Organizaram-se as respostas das questões abertas por similaridade de conteúdo e frequência de ocorrência. RESULTADOS: constatou-se associação significante entre sexo feminino e voz fina, fadiga e perda da voz; presença de distúrbio de voz e autorreferência à voz fraca, rouquidão, voz insuficiente para o trabalho e fadiga vocal. Os professores participaram da pesquisa para colaborar e melhorar a voz na docência; mudariam suas vozes nos aspectos de intensidade, tom e modulação; os recursos vocais mais utilizados em sala de aula foram variação de tom e intensidade, modulação e pausas; e quando a voz está alterada, recorrem ao repouso vocal e à hidratação. Atribuiu-se a média de 9,42 para a voz como recurso pedagógico. CONCLUSÃO: o conhecimento vocal dos participantes foi apropriado e eles avaliaram a voz como recurso pedagógico essencial.
PURPOSE: to investigate the knowledge about voice and its importance as an educational resource in university professors. METHODS: the subjects were 112 teachers, mean age 46.60, 35.7% males and 64.3% females, 66.1% Ph.D. The Vocal Production Conditions-Teacher questionnaire was used with adaptations by the researcher proposing new questions of interest to the research and an analogic zero to ten scale was used. A sample of teachers' voices was collected and analyzed by speech therapy assessment. Closed questions were analyzed statistically where the means of self-reported scores were considered in each studied variable. The results were related using the variables gender and presence/absence of voice disorder. The answers to open-ended questions were organized according to content similarity and frequency of occurrence. RESULTS: there was a significant association between female sex and high-pitched voice, fatigue and voice loss; voice disorder and weak voice, hoarseness, insufficient voice for work and vocal fatigue. The professors partook in the study in order to cooperate and improve voice in teaching; they would change their voices as far as intensity, tone and modulation; the most frequently used vocal resources in the classroom were tone and intensity variation, modulation and pauses; and when there is a voice disorder, they undergo vocal rest and hydration. The score attributed to voice as an educational resource was 9.42. CONCLUSION: the participants' knowledge about voice was appropriate and it was evaluated as an essential educational resource.