Resumo: A intensificação da atividade docente reflete um novo paradigma de produção e consumo do conhecimento, no qual coexistem demandas caracterizadas por aceleração das atividades, alienação e competitividade. Nesse sentido, faz-se pertinente investigar a tríade trabalho, saúde, doença no contexto da docência do magistério superior. Diante disso, buscou-se analisar os indicadores críticos de adoecimento no trabalho segundo a percepção dos docentes da Universidade Federal de Santa Maria (RS). Para tanto, realizou-se aplicação do Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento (Itra) e, posteriormente, entrevistas semiestruturadas de caráter complementar, aplicadas aos docentes pertencentes às áreas do conhecimento com maior participação. Destaca-se a identificação de sobrecarga cognitiva em nível grave para as mulheres (58%) em relação aos homens, com avaliação em nível crítico (50%), além de maior esgotamento profissional enfrentado por elas, com avaliação em nível crítico (44%). O teste Mann-Whitney evidenciou diferença significativa entre homens e mulheres quanto aos danos físicos (p = 0, 001), danos sociais (p = 0,01) e custo cognitivo (p = 0,04). Dessa forma, o papel do gênero deve ser considerado enquanto elemento que promove distinção na percepção, avaliação e gestão dos aspectos que envolvem o trabalho e a vulnerabilidade aos riscos de adoecimento.
Abstract: The intensification of higher education teaching reflects a new paradigm of production and consumption of knowledge, in which demands characterized by the acceleration of activities, alienation and competitiveness coexist. In this sense, it is relevant to investigate the triad work/health/disease among college faculty. Therefore, we sought to analyze the critical indicators of illness at work, as perceived by the professors of the Federal University of Santa Maria (RS), by applying the Inventory on Work and Risk of Illness (Itra) and, later, semi-structured complementary interviews with faculty belonging to the knowledge areas with the highest participation. We identified serious cognitive overload among women (58%) compared to men, with evaluation in critical level (50%), as well as greater burnout, with evaluation in critical level (44%). The Mann-Whitney test revealed significant differences between men and women with regard to physical damage (p = 0.001), social harm (p = 0.01) and cognitive cost (p = 0.04). Thus, the role of gender should be considered as an element that promotes distinctions in perception, assessment and management of aspects involved in work and in vulnerability to risk of illness.