RESUMO Objetivo: analisar as notificações de violência contra gestantes no Brasil entre 2011 e 2018. Método: pesquisa quantitativa do tipo analítica e retrospectiva. Foram analisados dados de gestantes com idade entre 11 e 49 anos de um banco contendo as informações das fichas do Sistema de Informação de Notificação de violência interpessoal/autoprovocada, de 2011 até 2018. A análise envolveu a descrição do perfil da gestante e do provável autor e as características dos eventos. Resultados: no ano de 2017 foram notificados cinco vezes mais casos de violência contra a gestante em comparação com 2011. A violência aconteceu mais em pessoas na faixa etária entre 20 a 29 anos (37,0%), pretas/pardas (54,4%), com ensino fundamental incompleto (34,2%) e solteiras (48,1%). A violência de maior ocorrência foi a física (61,9%), seguida pela psicológica (31,2%) e pela sexual (27,0%). A força corporal e o espancamento foram o meio de agressão mais utilizado pelo autor da violência (54,0%). O parceiro ou ex-parceiro (50,5%) foi o agressor mais descrito pelas gestantes. Conclusão: ao descrever as características das gestantes no Brasil que sofrem violência e do seu possível agressor propõe-se um avanço na construção de uma rede de atenção às mulheres vítimas de violência mais estruturada, pautada em políticas públicas que visem à garantia de um atendimento qualificado pelos profissionais que realizam o pré-natal nas unidades de atenção primária à saúde.
ABSTRACT Objective: to analyze reports of violence made by pregnant women in Brazil between 2011 and 2018. Method: quantitative research of the analytical and retrospective type. Data from pregnant women aged between 11 and 49 years from a database containing information from the Information System for Reporting interpersonal/self-harm from 2011 to 2018 were analyzed. The analysis involved the description of the profile of the pregnant woman and the probable author and the characteristics of the events. Results: in 2017, five times more cases of violence against pregnant women were reported compared to 2011. Violence occurred more in people aged between 20 and 29 years (37.0%), black/brown (54.4%), with incomplete primary education (34.2%) and single (48.1%). The most frequent violence was physical (61.9%), followed by psychological (31.2%) and sexual (27.0%). Body strength and beatings were the means of aggression most used by the perpetrator of violence (54.0%). The partner or ex-partner (50.5%) was the aggressor most described by the pregnant women. Conclusion: to describe the characteristics of pregnant women in Brazil who suffer violence and their possible aggressor proposes an advance in the construction of a network of care for women victims of more structured violence, based on public policies aimed at ensuring qualified care by professionals who perform prenatal care in primary health care units.
RESUMEN Objetivo: analizar denuncias de violencia realizadas por mujeres embarazadas en Brasil entre 2011 y 2018. Métodoz: investigación analítica cuantitativa y retrospectiva. Se analizaron datos de gestantes entre 11 y 49 años de una base de datos que contiene información del Sistema de Información del Sistema de Información para Notificación de Violencia Interpersonal/Autoinfligida, de 2011 a 2018. El análisis involucró la descripción del perfil de la mujer embarazada y el probable autor y las características de los hechos. Resultado: en 2017 se reportaron cinco veces más casos de violencia contra mujeres embarazadas en comparación con 2011. La violencia se presentó más en personas entre 20 y 29 años (37,0%), negras/morenas (54,4%), con educación primaria incompleta (34,2%) y solteras (48,1%). La violencia más frecuente fue física (61,9%), seguida de psicológica (31,2%) y sexual (27,0%). La fuerza corporal y los golpes fueron los medios de agresión más utilizados por el autor de la violencia (54,0%). La pareja o ex pareja (50,5%) fue el agresor más descrito por las gestantes. Conclusión: al describir las características de las mujeres embarazadas en Brasil que sufren violencia y su posible agresor, se propone un avance en la construcción de una red de atención más estructurada para las mujeres víctimas de violencia, basada en políticas públicas orientadas a garantizar una atención calificada por parte de profesionales que realizan atención prenatal en unidades de atención primaria de salud.