Resumo O objetivo desta pesquisa foi analisar o conteúdo da assistência pré-natal em São Luís e os fatores associados com sua inadequação. Realizou-se estudo transversal baseado em dados da coorte de nascimento de São Luís em 2010. O conteúdo da assistência pré-natal foi classificado como inadequado quando não atendeu aos critérios do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN) que estabelece o início precoce, o número mínimo de consultas, os exames laboratoriais básicos, a vacinação antitetânica e os procedimentos obstétricos. Regressão de Poisson foi utilizada para observar associações das variáveis com o desfecho. A taxa de inadequação foi de 60,2%. O pré-natal inadequado foi associado à classe econômica C (RP = 1,39; IC = 1,26-1,55), à D/E (RP = 1,60; IC = 1,43-1,79), à ocupação da mãe não qualificada/desempregada (RP = 1,24; IC = 1,11-1,37), à escolaridade de 5-8 anos (RP = 1,12; IC = 1,06-1,19) e de 0-4 anos (RP = 1,13; IC = 1,01-1,26), a não ter religião (RP = 1,10; IC = 1,04-1,17), ao uso de álcool durante a gestação (RP = 1,13; IC = 1,06-1,20) e ao atendimento no serviço público (RP = 1,75; IC = 1,54-2,00). Os resultados demonstraram inadequação e iniquidade da assistência pré-natal, evidenciando que mulheres de pior condição socioeconômica foram as que receberam assistência de menor qualidade.
Abstract The scope of this study was to analyze the content of prenatal care in São Luís, Maranhão, Brazil, and the factors associated with its inadequacy. A cross-sectional study was conducted based on data from the birth cohort of São Luís in 2010. The content of prenatal care was defined as inadequate when it did not meet the criteria of the Program for Humanization of Prenatal and Delivery Care, which establishes early initiation of prenatal care, minimum number of medical consultations, basic laboratory tests, tetanus vaccination and obstetric procedures. Poisson regression was used to observe associations of the variables with the outcome. The inadequacy rate was high (60.2%). The variables associated with inadequacy were: class C socioeconomic status (PR = 1.39; CI = 1.26-1.55); class D/E socioeconomic status (PR = 1.60; CI = 1.43-1.79); unqualified/unemployed mother (PR = 1.24; CI = 1.11-1.37); 5-8 years of schooling (PR = 1.12; CI = 1.06-1.19); 0-4 years of schooling (PR = 1.13; CI = 1.01-1.26); not being religious (PR = 1.10; CI = 1.04-1.17); alcohol use during pregnancy (PR = 1.13; CI = 1.06-1.20), and being attended by the public service (PR = 1.75; CI = 1.54-2.00). The results showed inadequacy and inequality of prenatal care, revealing that women of lower socioeconomic status received lower quality care.