FUNDAMENTO: A despeito de elevada prevalência e importância clínica da Fibrilação Atrial (FA), não existem até o momento publicações brasileiras informando o perfil clínico e a estratégia de tratamento (controle de ritmo vs. controle de frequência cardíaca) mais utilizada nesse universo de pacientes. OBJETIVO: Avaliar a estratégia de tratamento mais empregada na FA em ambulatório especializado no manejo dessa doença. Secundariamente, procurou-se descrever o perfil clínico dessa população. MÉTODOS: Estudo transversal que avaliou sequencialmente, em 167 portadores de FA, a estratégia de tratamento mais empregada, bem como o perfil clínico desses pacientes. Utilizou-se questionário padronizado para coleta de dados. A análise estatística foi realizada por meio do software SPSS® versão 13.0. RESULTADOS: Nessa população de alto risco para eventos tromboembólicos (61% com score CHADS2 > 2), em que 54% dos indivíduos apresentavam fibrilação atrial paroxística ou persistente, 96,6% utilizavam antagonistas da vitamina K ou AAS, e 76,6% faziam uso de betabloqueador (81,2% frequência x 58,8% ritmo, p < 0,05); a estratégia de controle de frequência foi a mais empregada (79,5% x 20,5%, p < 0,001). Houve uma tendência estatística a maior agrupamento de pacientes com disfunção ventricular (15,2% x 2,9%; p = 0,06), CHADS2 > 2 (60,5% x 39,5%; p = 0,07) e valvopatias (25,8% x 11,8%; p = 0,08) no segmento de controle da frequência. CONCLUSÃO: Nessa população de alto risco para eventos tromboembólicos, a estratégia de controle de frequência cardíaca foi a mais empregada.
BACKGROUND: Despite the high prevalence and clinical importance of atrial fibrillation (AF), there is no Brazilian study about the clinical profile of patients with AF and the most used treatment strategy (heart rhythm control vs. heart rate control) for them. OBJECTIVE: To assess the most used treatment strategy for AF in an outpatient clinic specialized in the management of that disease. In addition, the clinical profile of the population studied was provided. METHODS: Cross-sectional study assessing sequentially, in 167 patients with AF, the most used treatment strategy, as well as their clinical profile. A standardized form was used for data collection. The statistical analysis was performed by using the SPSS® software, version 13.0. RESULTS: In that population at high risk for thromboembolic events (61% had CHADS2 > 2), 54% of the patients had paroxysmal or persistent AF, 96.6% used vitamin K antagonists or acetylsalicylic acid, and 76.6% used beta-blocker (heart rate, 81.2% x heart rhythm, 58.8%; p < 0.05). Heart rate control was the most used treatment strategy (79.5% x 20.5%; p < 0.001). A statistical tendency towards more patients with ventricular dysfunction (15.2% x 2.9%; p = 0.06), CHADS2 > 2 (60.5% x 39.5%; p = 0.07) and heart valve diseases (25.8% x 11.8%; p = 0.08) was observed in the heart rate control group. CONCLUSION: In that population at high risk for thromboembolic events, the heart rate control strategy was the most used.
FUNDAMENTO: A despecho de la elevada prevalencia y importancia clínica de la Fibrilación Atrial (FA), no existen hasta el momento publicaciones brasileñas informando el perfil clínico y la estrategia de tratamiento (control de ritmo vs. control de frecuencia cardíaca) más utilizada en ese universo de pacientes. OBJETIVO: Evaluar la estrategia de tratamiento más empleada en la FA en ambulatorio especializado en el manejo de esa enfermedad. Secundariamente, se buscó describir el perfil clínico de esa población. MÉTODOS: Estudio transversal que evaluó secuencialmente, en 167 portadores de FA, la estrategia de tratamiento más empleada, así como el perfil clínico de esos pacientes. Se utilizó cuestionario estandarizado para recolección de datos. El análisis estadístico fue realizado por medio del software SPSS® versión 13.0. RESULTADOS: En esa población de alto riesgo para eventos tromboembólicos (61% con escore CHADS2 > 2), en que 54% de los individuos presentaban fibrilación atrial paroxística o persistente, 96,6% utilizaban antagonistas de la vitamina K o AAS, y 76,6% hacían uso de betabloqueante (81,2% frecuencia x 58,8% ritmo, p < 0,05); la estrategia de control de frecuencia fue la más empleada (79,5% x 20,5%, p < 0,001). Hubo una tendencia estadística la mayor agrupamiento de pacientes con disfunción ventricular (15,2% x 2,9%; p = 0,06), CHADS2 > 2 (60,5% x 39,5%; p = 0,07) y valvulopatías (25,8% x 11,8%; p = 0,08) en el segmento de control de la frecuencia. CONCLUSION: En esa población de alto riesgo para eventos tromboembólicos, la estrategia de control de frecuencia cardíaca fue la más empleada.