RESUMO A Itália foi um dos países participantes do projeto de pesquisa-ação multicêntrica do Movimento pela Saúde dos Povos (Peoples’s Health Movement), chamado ‘Engajamento da Sociedade Civil para a Saúde para Todos’ (Civil Society Engagement for Health for All). A equipe italiana, um coletivo chamado Grup-pa, realizou várias atividades participativas de pesquisa-ação, incluindo, em uma primeira fase, um mapeamento de grupos ativos em áreas ligadas à determinação social da saúde e à promoção da saúde, através de entrevistas individuais e coletivas. Em uma segunda fase, três oficinas públicas, estruturadas em torno do intercâmbio de práticas, focalizaram-se em temas-chave surgidos durante a primeira fase. Um importante construto originado deste trabalho, centrado em torno da co-construção do conhecimento experiencial do comum em saúde, foi denominado ‘práticas do comum em saúde’. O foco nas práticas não é meramente estratégico (produzir sinergias e alianças), mas inerentemente político (conceber a participação como um valor) e ligado à saúde e à manutenção da saúde (dos indivíduos; da comunidade). O conceito de ‘práticas do comum em saúde’ pretende tornar visível uma área de transformações contínuas em novos espaços criados pelos movimentos sociais e em ações mais tradicionais em defesa dos serviços públicos existentes, abordando a saúde como uma questão sociopolítica. Neste ensaio, esboça-se uma reflexão em torno de seis palavras-chave que lhe são centrais: comum, cuidado, tecnologia, eficácia, sustentabilidade, instituição.
ABSTRACT Italy was a participating country in the People’s Health Movement multi-centred action-research project (Civil Society Engagement for Health for All). The Italian team, a collective named Grup-pa, undertook several participatory action-research activities including, in a first phase, a mapping of groups active in fields linked to the social determination of health and health promotion, through individual and collective interviews. In a second phase, three public workshops, structured around the exchange of practices, focused on key themes emerged from phase one. A major construct originated from this work, centred around the co-construction of experiential knowledge on health as a commons, has been named ‘health commons practices’. The focus on practices is not merely strategic (producing synergies and alliances), but inherently political (conceiving participation as a value) and connected to health and staying healthy (as individuals; as a community). The construct of ‘health commons practices’ is meant to make visible an area of ongoing transformations in new spaces created by movements and in more traditional actions in defence of existing public services, addressing health as a socio-political issue. In this essay, we sketch the reflection around six keywords that are central to it: commons, care, technology, efficacy, sustainability, institution.
RESUMEN Italia fue uno de lo países que participó en el proyecto de investigación-acción multicentrico (Compromiso de la Sociedad Civil para la Salud para Todos) del People’s Health Movement (Movimiento para la Salud de los Pueblos). El grupo italiano, un colectivo llamado Grup-pa, llevó a cabo varias actividades de investigación-acción participativas incluyendo, en una primera fase, un mapeo de los grupos activos en ámbitos vinculados a la determinación social de la salud y la promoción de la salud, mediante entrevistas individuales y colectivas. En una segunda fase, se organizaron tres talleres públicos, estructurados alrededor del intercambio de prácticas, se centraron en temas clave surgidos en la primera fase. Un constructo importante originado en este trabajo, centrado en la co-construcción de los conocimientos experienciales sobre salud en común, ha sido denominado ‘prácticas de lo común en salud’. El enfoque en las prácticas no es meramente estratégico (para la producción de sinergias y alianzas), sino intrínsecamente político (concibiendo la participación como un valor) y conectado con la salud y el mantenerse saludable (sea individualmente que como comunidad). La construcción de ‘prácticas de lo común en salud’ pretende hacer visible un área de transformaciones que se están gestando en nuevos espacios creados por los movimientos y en acciones más tradicionales en defensa de los servicios públicos existentes, abordando la salud como una cuestión sociopolítica. En este ensayo, esbozamos la reflexión en torno a seis palabras clave que son centrales para ella: común, cuidado, tecnología, eficacia, sostenibilidad, institución.