Resumo Este artigo tem como objetivo analisar a Resolução nº 287 do Conselho Nacional de Justiça do Brasil (CNJ), que estabelece procedimentos especiais para o tratamento de indígenas acusados, réus, condenados ou privados de liberdade e mostra o necessário processo de garantia de seus direitos no Poder Judiciário brasileiro. Incentiva a reflexão sobre por que o impacto da referida Resolução nas representações sociais do Poder Judiciário brasileiro é quase nulo. A Resolução nº 287 é um passo surpreendente do CNJ para efetivamente reconhecer a pluralidade cultural e étnica dos povos originários do Brasil, embora mantenha contradições inerentes ao desafio de superar o paradigma assimilacionista. Contudo, para além de novos protocolos de cadastramento, de redução do encarceramento ou de capacitação da magistratura e dos seus serviços, a mudança virá de fora para dentro na medida em que as elites brasileiras abdicarem dos privilégios da branquitude.
Abstract This article aims at analyzing Resolution No. 287 of the National Council of Justice of Brazil (CNJ), which establishes special procedures for the treatment of indigenous people who stand as accused, defendants, who are sentenced or are deprived of liberty and shows the necessary process to ensure their rights within the Brazilian Judiciary Branch. It encourages a reflection about why said Resolution’s impact on social representations within the Brazilian Judiciary Branch is nearly none. The Resolution No. 287 is a surprising step by CNJ to effectively recognize the cultural and ethnic plurality of the original peoples of Brazil, although it maintains contradictions inherent to the challenge of overcoming the assimilationist paradigm. However, beyond any new registration protocols, any reduction in incarceration rates or any training of magistrates and adaptation of their services, any change will ultimately come from the outside, as Brazilian elites abdicate privileges coming from their whiteness.
Resumen Este artículo tiene como objetivo analizar la Resolución No. 287 del Consejo Nacional de Justicia de Brasil (CNJ), que establece procedimientos especiales para el tratamiento de indígenas acusados, imputados, condenados o privados de libertad y muestra el proceso necesario para garantizar sus derechos en el Poder Judicial brasileño. Estimula la reflexión sobre por qué el impacto de la mencionada Resolución sobre las representaciones sociales del Poder Judicial brasileño es casi nulo. La Resolución No. 287 es un paso sorprendente del CNJ para reconocer efectivamente la pluralidad cultural y étnica de los pueblos indígenas de Brasil, aunque mantiene contradicciones inherentes al desafío de superar el paradigma asimilacionista. Sin embargo, además de los nuevos protocolos de registro, la reducción del encarcelamiento o la capacitación de la magistratura y sus servicios, el cambio vendrá de afuera hacia adentro, ya que las élites brasileñas abdicarán de los privilegios de la blancura.