JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A separação de gêmeos unidos causa grande interesse devido à complexidade da anestesia e cirurgia, à raridade da patologia e às poucas chances de sobrevida. O objetivo desta descrição é o de contribuir para a literatura existente, relatando os desafios encontrados por nossa equipe no atendimento à cirurgia-anestesia de separação de gêmeos isquiópagos. RELATO DO CASO: Pacientes gêmeos, nascidos a termo, de parto cesariano, pesando juntos 5.100 g, classificados como isquiópagus tetrapus. Duas equipes anestésico-cirúrgicas estavam presentes, sendo o procedimento anestésico esquematizado com aparelho de anestesia, cardioscópio, capnógrafo, oxímetro de pulso, termômetro elétrico, estetoscópio esofágico, todos em dobro. Realizou-se indução anestésica com halotano e fentanil, com os gêmeos em posição lateral e com rotação da cabeça em 45º para facilitar a intubação traqueal. Os recém-nascidos foram mantidos em ventilação controlada manualmente, utilizando o sistema de Rees-Baraka. A anestesia foi mantida com halotano, oxigênio e fentanil. Durante o per-operatório, foram encontrados órgãos abdominais duplos, com exceção do cólon, que era único. As bexigas e os ísquios estavam ligados. Ao final da cirurgia as duas crianças apresentavam-se com sinais vitais estáveis. Os gêmeos permaneceram na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal por quatro semanas e receberam alta em bom estado geral. CONCLUSÕES: Ressalta-se a importância do entrosamento da equipe, do estudo retrospectivo multidisciplinar, da monitorização adequada e acurada observação clínica; todos esses fatores contribuíram para a boa evolução e alta dos gêmeos.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: The separation of conjoined twins has always raised considerable interest because of surgical and anesthetic complexity, pathology rarity and few survival chances. The goal of this description was to contribute to existing literature by reporting the challenges faced by our team during an anesthetic-surgical procedure for ischiopagus twins separation. CASE REPORT: Term conjoined twins, born from Cesarean section, weighing together 5100 g, who were classified as ischiopagus tetrapus. Two anesthetic-surgical teams were present and the anesthetic procedure was programmed using two units of each device: anesthesia machine, cardioscope, capnograph, pulse oximetry, electric thermometer and esophageal stethoscope. Halothane and fentanyl were used for anesthesia induction, with the twins in the lateral position and 45º head rotation to allow tracheal intubation. Ventilation was manually controlled using Rees-Baraka systems. Anesthesia was also maintained with halothane, fentanyl and oxygen. Double abdominal organs were found during surgery, except for the single colon. Bladders and ischia were joined. At surgery completion, twins had stable vital signs. They remained in Neonatal Intensive Care Unit for four weeks and were discharged in good general conditions. CONCLUSIONS: The importance of the team’s "meshing of gears", multidisciplinary retrospective studies, adequate and careful monitoring and good clinical observation is emphasized. All those factors contributed for twins’ good evolution.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La separación de gemelos unidos causa gran interés debido a la complexidad de la anestesia y cirugía, a la raridad de la patología y a las pocas chances de sobrevida. El objetivo de esta descripción es el de contribuir para la literatura existente, relatando los desafíos encontrados por nuestro equipo en el atendimiento a la cirurgia-anestesia de separación de gemelos isquiópagos. RELATO DO CASO: Pacientes gemelos, nacidos a término, de parto cesariano, pesando juntos 5.100 g, clasificados como isquiópagus tetrapus. Dos equipos anestésico-quirúrgicos estaban presentes, siendo el procedimiento anestésico esquematizado con aparato de anestesia, cardioscópio, capnógrafo, oxímetro de pulso, termómetro eléctrico, estetoscópio esofágico, todos en duplo. Se realizó inducción anestésica con halotano y fentanil, con los gemelos en posición lateral y con rotación de la cabeza en 45º para facilitar la intubación traqueal. Los recién-nacidos fueron mantenidos en ventilación controlada manualmente, utilizando el sistema de Rees-Baraka. La anestesia fue mantenida con halotano, oxígeno y fentanil. Durante el per-operatorio, fueron encontrados organismos abdominales duplos, con excepción del cólon, que era único. Las vejigas y los ísquios estaban ligados. Al final de la cirugía los dos niños se presentaban con señales vitales estables. Los gemelos permanecieron en la Unidad de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal por cuatro semanas y recibieron alta en buen estado general. CONCLUSIONES: Se resalta la importancia del engranaje del equipo, del estudio retrospectivo multidisciplinar, de la monitorización adecuada y perfeccionada observación clínica; todos esos factores contribuyeron para la buena evolución y alta de los gemelos.