Resumo: Objetivo As amebas testáceas são protistas de vida livre reconhecidas como bioindicadores, capazes de revelar alterações ambientais apresentando variação de riqueza, diversidade e abundância de espécies. Para avaliar a produção científica relativa ao uso de amebas testáceas como bioindicadores, foi realizada uma análise cienciométrica no período de 1960 a 2020. Métodos A seleção de artigos científicos foi feita nas plataformas Google Acadêmico, Scielo, Science Direct e Online Library. Todos os artigos selecionados foram categorizados por cronologia, periódico de publicação, país, afiliação dos autores, se o estudo era empírico ou experimental, se incluía apenas amebas testáceas e aspectos do meio ambiente. Resultados Um total de 215 artigos de noventa e dois periódicos revelou um aumento notável no número de publicações nas últimas décadas. Os dois periódicos que mais publicaram dados sobre o tema foram Microbial Ecology e Ecological Indicators. Embora o maior número de trabalhos tenha sido publicado no continente europeu, os países que mais contribuíram para o tema foram o Canadá na região temperada e o Brasil nos trópicos. Edward A.D. Mitchell publicou o maior número de estudos e em termos de instituição, a Universidade Franche-Comté. A maioria dos trabalhos que associaram amebas testáceas como bioindicadores foram empíricos, realizados tecamebas habitantes de musgos e, como tal, dissociadas de outros grupos. Conclusões Apesar do aumento verificado nas publicações com testáceas como bioindicadores, nossos resultados indicam uma concentração de estudos em regiões limitadas do globo. Sob outro aspecto, um grande número de estudos avaliou a comunidade de testáceas como um todo, mostrando uma escassez de conhecimento aprofundado sobre espécies e grupos funcionais. Com isso, nosso levantamento aponta para uma grande variedade de ecossistemas aquáticos desprovidos de estudos sobre o assunto, indicando a necessidade de fomentar a pesquisa sobre o papel das amebas testáceas como bioindicadoras, em especial nas regiões tropicais.
Abstract: Aim The free-living protists testate amoebae are recognized as being bioindicators, able to reveal environmental alteration via remodifying richness, diversity and abundance of species. To assess the scientific production on the use of testate amoebae as bioindicators, a scientometric analysis was undertaken from 1960 to 2020. Methods The sourcing of scientific articles derived from Google Academic, Scielo, Science Direct and Online Library research platforms. All selected papers were factored according to chronology, journal of publication, country, authors’ affiliation, whether the study was empirical or experimentation, if it included solely testate amoebae or other groups of organisms, and aspects of the environment. Results A total of 215 papers from ninety-two journals revealed a notable increase in publication numbers over the last decades. The two journals that most published data on this theme were Microbial Ecology and Ecological Indicators. Whilst the largest number of papers was published in the European Continent, the countries that most contributed to the subject were Canada in the temperate region and Brazil in the tropics. Edward A.D. Mitchell published the largest number of studies and regarding institutions the Franche-Comté University. The majority of papers that associated testaceans as bioindicators were empirical, conducted with Thecamoebian inhabiting moss and as such, dissociated from other groups. Conclusions Despite a suggested uptick in research of testaceans as bioindicators, our results indicate a concentration of studies to limited regions of the globe. In another aspect, a great number of studies assess testaceans’ community as-a-whole, showing a shortage of in-depth knowledge into species and functional groups. Therefore, our survey points to a wide variety of aquatic ecosystems devoid of study matter, indicating the need to foster the research on testate amoeba's role as bioindicators especially in the tropical regions.