Avaliou-se a distribuição antropométrica da gordura abdominal em uma população adulta e o efeito de variáveis sócio-demográficas, reprodutivas e comportamentais sobre essa distribuição. O desfecho estudado foi definido como o maior perímetro da região abdominal, sendo entrevistados e medidos 3.464 adultos, de 20 a 69 anos, residentes na zona urbana de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. As diferenças entre as médias de perímetro foram testadas empregando-se ANOVA e regressão múltipla, visando o controle de confundimento. Homens mais velhos, de cor branca, vivendo com companheira e com alta renda familiar (p < 0,001) apresentaram maiores médias de perímetro abdominal, assim como as mulheres de maior idade, com 4 ou mais gestações, que viviam com companheiro e possuíam baixo nível de escolaridade (p < 0,001). Foi observado que ex-fumantes, tanto do sexo masculino (p < 0,05) quanto feminino (p < 0,01), tiveram maiores médias de perímetro abdominal, enquanto consumo de bebida alcoólica e prática de exercícios físicos não se associaram ao desfecho após análise multivariada.
This article describes the anthropometric distribution of abdominal fat in the urban adult population in Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil, and the influence of independent variables on this distribution. In a cross-sectional population-based study, 3,464 adults from 20 to 69 years of age were selected in a multistage systematic sampling. They were interviewed and had their largest abdominal circumference measured. Means were compared using one-way ANOVA, while multiple linear regression models were employed to adjust for confounding. According to the study, older white married men with higher family incomes were more likely to have the highest mean abdominal circumferences (p < 0.001). Women at greatest risk for abdominal fat were older married mothers with a history of 4 or more pregnancies and less schooling (p < 0.001). Former smokers had the highest mean abdominal circumferences in both males and females, while other lifestyle factors such as alcohol consumption and physical activity showed no association with the outcome after adjusting for confounding.