OBJETIVO: comparar parto e seguimento de gravidez entre grávidas adolescentes e não-adolescentes que pariram num hospital terciário da região de Lisboa (Portugal). MÉTODOS: estudo retrospectivo com 10.656 partos. Foram avaliados: seguimento da gravidez, idade gestacional no parto, tipo de parto, necessidade de episiotomia e lacerações graves, índice de Apgar no quinto minuto e peso ao nascer. As grávidas foram divididas em dois grupos, acima e abaixo dos 20 anos. O grupo abaixo dos 20 anos foi depois subdividido entre grávidas com menos ou mais de 16 anos. Foi usado o teste do χ2 para análise estatística. RESULTADOS: as adolescentes tiveram pior seguimento: primeira consulta após as 12 semanas (46,4 versus 26,3%) e menos de quatro consultas (8,1 versus 3,1%), menos distocia (21,5 versus 35,1%), menos cesarianas (10,6 versus 20,7%) e menor necessidade de indução do trabalho de parto (16,5 versus 26,5%). Não houve diferença significativa para idade gestacional no parto e taxa de recém-nascidos de baixo peso. Entre adolescentes, as menores de 16 anos tiveram mais recém-nascidos de baixo peso (12 versus 7,4%) e mais partos entre 34 e 37 semanas (10,8 versus 4,2%). CONCLUSÕES: num hospital com serviço dedicado a grávidas adolescentes com apoio social e psicológico, apesar de pior seguimento pré-natal vigilância, o seu desempenho não foi pior. Uma atenção especial deve, no entanto, ser dada a grávidas abaixo dos 16 anos.
PURPOSE: to compare delivery and pregnancy follow-up among adolescent and non-adolescent pregnant women whose delivery occurred in a tertiary hospital from Região de Lisboa (Portugal). METHODS: retrospective study with 10,656 deliveries. Pregnancy follow-up, delivery type, need of episiotomy and severe lacerations, Apgar index at the fifth minute and the delivery weight have been evaluated. The pregnant women were divided into two groups, over and under 20 years old. The group with women under 20 was further subdivided in pregnant women under or over 16. The χ2 test has been used for statistical analysis. RESULTS: adolescents presented worse follow-up: first appointment after 12 weeks (46.4 versus 26.3%) and less than four appointments (8.1 versus 3.1%), less dystocia (21.5 versus 35.1%), less caesarian sections (10.6 versus 20.7%), and lower need for inducing labor (16.5 versus 26.5%). There was no significant difference concerning gestational age at delivery and ratio of low weight newborns. Among adolescents, the ones under 16 had more low weight newborns (12 versus 7.4%) and more deliveries between 34 and 37 weeks (10.8 versus 4.2%). CONCLUSIONS: in a hospital attending adolescents with social and psychological support, the fact of them having had a worse follow-up in the pre-natal phase, their performance has not been worse. Nevertheless, special attention might be given to pregnant women under 16.