Nosso objetivo é pensar sobre o corpo em uma perspectiva fenomenológico-existencial, tomando Heidegger e Merleau-Ponty como referência. Nas concepções tradicionais, tem-se compreendido o corpo como mecanismo biológico, contraposto a uma instância suprassensível (razão, psique ou alma), como fonte de prazer erótico e impessoal e, mais contemporaneamente, como cartão de visita submetido aos ditames da moda, da saúde e da boa forma. Seriam essas concepções absolutas ou expressão de determinado modo de ser da sociedade contemporânea? Que implicações têm tais concepções? Haveria algo impensado? A princípio - consideramos -, há muito que se pensar sobre o corpo sob diversos ângulos temáticos e teóricos, e tanto tais concepções tradicionais quanto as atuais são expressões de um modo de pensar de determinada época. Fazendo uma reflexão respaldada no pensamento heideggeriano, procuramos mostrar um dos caminhos possíveis de se repensar o corpo, procedendo a algumas aproximações com o pensamento de Merleau-Ponty. Veremos como a concepção atual de corpo se vincula a determinada concepção de homem e de ser e que temos uma espécie de intimidade original com o mundo que o olhar sobre o corpo aponta. Tal intimidade deve ser recuperada para cultivarmos um modo mais humano e mais próximo com os outros.
This essay presents an existential-phenomenological perspective of the body, having Heidegger and Merleau-Ponty as reference authors. In the traditional conceptions, the body has been understood as a biological mechanism in opposition to a supersensible instance (ration, mind or soul), as source of erotic and impersonal pleasure, and most recently, as a ‘visit card’, submitted to fashion, health and good shape tendencies. Would those conceptions be absolute or expression of a certain way of life of the contemporaneous society? Which implications do those conceptions have? Would there be something still unthought? In the first place - we think - there is a lot to consider about the body under theoretical and thematic obliquities. Reflecting on this based on the heideggerian view, this essay intents to show one of the possible ways to rethink the body, according to some approximations to Merleau-Ponty’s view. We will see how the present body conception is linked to a certain conception of man and being and that we have a kind of “original intimacy” with the world that the body conception defended in this essay points out. We should recover this intimacy in order to raise a more human, close and intimate way of being in the world and with other people.
Nuestro objetivo es pensar sobre el cuerpo desde una perspectiva fenomenológico-existencial, tomando Heidegger y Merleau-Ponty como referencia. En las concepciones tradicionales, se ha comprendido el cuerpo como mecanismo biológico, contrapuesta a una instancia suprasensible (razón, psiquis o alma), como fuente de placer erótico e impersonal y, más contemporáneamente, como tarjeta de visita sometido a los dictámenes de la moda, de la salud y de la buena forma. ¿Serían ésas concepciones absolutas o una expresión de determinado modo de ser de la sociedad contemporánea? ¿Qué implicaciones conllevan dichas concepciones? ¿Habría algo impensado? A principio - consideramos -, hay mucho qué pensar sobre el cuerpo desde diversos ángulos temáticos y teóricos, y tanto dichas concepciones tradicionales como las actuales son expresiones de un modo de pensar de determinada época. Haciendo una reflexión respaldada en el pensamiento heideggeriano, buscamos mostrar uno de los caminos posibles de repensarse el cuerpo, procediendo a algunos acercamientos con el pensamiento de Merleau-Ponty. Veremos cómo la concepción actual de cuerpo se vincula a determinada concepción de hombre y de ser y que tenemos una especie de intimidad original con el mundo que la mirada sobre el cuerpo señala. Dicha intimidad debe ser recuperada para que cultivemos una forma más humana y más cercana con los demás.