Resumen La pandemia de COVID-19 ha afectado de forma desigual a regiones, países y diferentes grupos raciales/étnicos. Los factores socioambientales han sido asociados a una peor evolución de la enfermedad, con mayor probabilidad de mortalidad entre las personas en situación de vulnerabilidad. El objetivo de este estudio fue investigar la asociación entre la proporción de población vulnerable (negra, parda e indígena) y la mortalidad por COVID-19 en Brasil entre el periodo marzo de 2020 y febrero de 2021. Las razones de tasas de mortalidad y sus respectivos intervalos de confianza del 95% (IC95%) se estimaron mediante modelos de regresión binomial negativa. Se encontraron asociaciones estadísticamente significativas entre la proporción de estas poblaciones y las tasas de mortalidad, destacando la raza/color: personas de color negro en el primer cuatrimestre, parda en el segundo y la indígena en el tercero, donde cada aumento del 10% en la proporción de estas poblaciones se observó un aumento del 54%, 16% y 27% en las tasas de mortalidad, respectivamente; mostrando la existencia de inequidades étnico-raciales en la mortalidad por COVID-19 en Brasil y que se deben hacer esfuerzos para mitigar las inequidades en salud, expresión de la perpetuación del racismo estructural y de la exclusión social de grupos históricamente vulnerables.
Resumo A pandemia de COVID-19 afetou de forma desigual regiões, países e distintos segmentos étnico-raciais. Fatores socioambientais foram associados à pior evolução da doença, com uma maior chance de mortalidade em pessoas em situação de vulnerabilidade. Este estudo teve por objetivo investigar no Brasil a associação entre proporção de população vulnerabilizada (pretos, pardos e indígenas) e a mortalidade por COVID-19, no período de março de 2020 a fevereiro de 2021. Estimaram-se razões de taxas de mortalidade e respectivos Intervalos de Confiança de 95% (IC95%), através de modelos de regressão binomial negativa. Verificaram-se associações estatisticamente significativas entre proporção dessas populações e taxas de mortalidade, com destaque para raça/cor preta no primeiro quadrimestre, parda, no segundo e, indígena, no terceiro quadrimestre, em que a cada incremento de 10% na proporção dessas populações foi observado um aumento de 54%, 16% e 27% nas taxas de mortalidade, respectivamente; evidenciando a existência de iniquidades étnico-raciais na mortalidade por COVID-19 no Brasil e que esforços devem ser empreendidos para mitigar desigualdades em saúde, expressão da perpetuação do racismo estrutural e da exclusão social de grupos historicamente vulnerabilizados.
Abstract The COVID-19 pandemic has unevenly affected regions, countries, and ethnic-racial segments. Socioenvironmental factors were associated with worse disease evolution, with a greater likelihood of mortality in vulnerable people. This study aimed to investigate the association between the proportion of vulnerable populations (Black, brown, and Indigenous people) and mortality from COVID-19 in Brazil from March 2020 to February 2021. Mortality rate ratios and respective 95% Confidence Intervals (95%CI) were estimated using negative binomial regression models. Statistically significant associations were found between the proportion of these populations and mortality rates, emphasizing Blacks in the first four-month period, mixed race in the second four-month period, and Indigenous people in the third four-month period, in which an increase of 54%, 16% and 27% in mortality rates was observed, respectively, for every 10% increase in the proportion of these populations. We highlight the existence of ethnic-racial inequalities in COVID-19 mortality in Brazil and that efforts must be made to mitigate health inequalities, an expression of the perpetuated structural racism and social exclusion of historically vulnerable groups.