Neste artigo, analisaremos como Florestan Fernandes e Gino Germani, ao traduzirem a sociologia da modernização norte-americana às especificidades das sociedades brasileira e argentina, respectivamente, conseguiram realizar sínteses teóricas criativas. A fim de divisar este potencial teórico, contrastaremos as formulações desses dois autores com os argumentos de Talcott Parsons, figura fundamental na sistematização da sociologia da modernização. Entendendo o processo de tradução como um fenômeno intelectual dinâmico, recuperamos os principais textos de Fernandes, Germani e Parsons dos anos de 1960-1970, período decisivo no qual foram ganhando clareza os deslocamentos recíprocos entre as suas teorizações.
This article discusses how Florestan Fernandes and Gino Germani, in translating the American sociology of modernization to the specificities of the Brazilian and Argentinean societies, respectively, succeeded in achieving creative theoretical syntheses. In order to discern such theoretical potential, the article contrasts the formulations of those authors with the arguments of Talcott Parsons, a fundamental figure in the systematization of the sociology of modernization. Understanding the process of translation as a dynamic intellectual phenomenon, the article recoups the main texts of Fernandes, Germani, and Parsons, of the years 1960-1970, a decisive period in which the reciprocal displacements between their theorizations were becoming clearer.
Dans cet article nous analyserons comment Florestan Fernandes et Gino Germani, en traduisant la sociologie de la modernisation nord-américaine aux spécificités des sociétés brésilienne et argentine, ont réussi à réaliser des synthèses théoriques créatrices. Dans le but de partager ce potentiel théorique, nous contrasterons les formulations de ces deux auteurs avec les arguments de Talcott Parsons, personnage fondamental dans la systématisation de la sociologie de la modernisation. En comprenant le processus de traduction en tant que phénomène intellectuel dynamique, nous récupérons les principaux textes de Fernandes, Germani et Parsons des années 1960-1970, période décisive dans laquelle les déplacements réciproques ont gagné en clarté parmi leurs théorisations.