RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A percepção da dor facial parece estar relacionada com respostas fisiológicas ao estresse e com o dimorfismo sexual. No entanto, a relação entre dor facial, secreção de cortisol e o sexo ainda foi pouco investigada. O objetivo deste estudo foi investigar as diferenças nos perfis de cortisol salivar matutino em homens e mulheres com ou sem sintomas de dor facial. MÉTODOS: Trinta e nove indivíduos que relataram dor facial e 33 controles sem dor, de ambos os sexos, participaram deste estudo. Os sintomas de dor facial foram avaliados utilizando o Eixo II do Critério de Diagnóstico para Pesquisa das Disfunções Temporomandibulares, que forneceu os escores de dor crônica. A saliva foi coletada dos participantes no turno matutino a fim de obter os picos de cortisol, sendo armazenada até utilização posterior. Os níveis salivares de cortisol foram avaliados por ensaio imunoenzimático. A análise estatística incluiu testes de hipóteses e ANOVA com nível de significância de 5%, e uma regressão logística binária que testou a associação entre o sexo, cortisol, e cada sintoma de dor facial. RESULTADOS: Não foi observada associação entre dor facial e o sexo. Os níveis de cortisol foram semelhantes entre indivíduos com ou sem dor facial, independentemente do sexo. O modelo ajustado mostrou que a maioria dos sintomas não teve associação com o sexo, independentemente dos níveis de cortisol. CONCLUSÃO: Nos indivíduos com e sem dor facial, a regulação dos níveis de cortisol salivar matutino ocorreu de forma semelhante em ambos os sexos.
ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Facial pain seems to be related to physiological responses to stress and sexual dimorphism. However, the relationship among facial pain, cortisol secretion and gender has been poorly investigated. This study aimed to investigate differences in morning salivary cortisol profile between males and females either with or without perceived facial pain symptoms. METHODS: Participated in the study 39 individuals reporting facial pain and 33 painless controls of both genders. Facial pain symptoms were evaluated with Axis II Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders, which has supplied chronic pain scores. Saliva was collected in the morning to obtain cortisol peaks, being stored for further use. Salivary cortisol levels were evaluated by immunosorbent assay. Statistical analysis has included hypotheses tests and ANOVA with significance level of 5% and a binary logistic regression, which has tested the association between gender, cortisol and each facial pain symptom. RESULTS: There has been no association between facial pain and gender. Cortisol levels were similar among individuals with and without facial pain, regardless of gender. The adjusted model has shown that most symptoms were not associated to gender, regardless of cortisol levels. CONCLUSION: In individuals with and without facial pain symptoms, morning salivary cortisol levels regulation has been similar for both genders.