OBJETIVO: Avaliar a associação entre níveis de troponina I (TnI) em pacientes submetidos, eletivamente, a intervenções coronárias percutâneas (ICP) com ocorrência de eventos cardíacos adversos (ECA) no seguimento de 6 meses. MÉTODOS: No período de um ano, foram selecionados consecutivamente 111 pacientes submetidos a ICP eletiva, com angina estável (AE), instável (AI) ou isquemia silenciosa (IS), assintomáticos por mais de 72 horas antes do procedimento. As dosagens de TnI foram realizadas entre 8 e 24 horas após a ICP. Cada paciente foi contatado por telefone, após seis meses, e questionado quanto à ocorrência de ECA, definidos como morte, infarto do miocárdio, nova revascularização e recorrência de isquemia. RESULTADOS: Ocorreu elevação de TnI em 24 (21,6%) pacientes após a ICP, independente de características clínicas e complicações do procedimento. O surgimento de eventos foi mais freqüente em quem apresentou elevação de TnI: 66,7 vs. 42,5% (RR=1,57; IC95%=1,08-2,28). Este risco parece ser maior nos subgrupos de gênero feminino e naqueles com diagnóstico prévio de AI. Após análise multivariada, apenas gênero se confirmou como co-variável modificadora de efeito com risco de ECA maior em mulheres com elevação de TnI (OR=7,22. IC95%=1,4 -36,9) e similar em homens (OR=1,26. IC95%=0,35-4,55). CONCLUSÃO: Elevação de TnI foi freqüentemente encontrada após ICP e é um fator associado ao surgimento de ECA a médio prazo. Entretanto, quando ajustada para outras variáveis, este efeito só se manteve em pacientes do gênero feminino.
OBJECTIVE: To evaluate the association between troponin I concentrations (TnI) in patients submitted to elective percutaneous coronary interventions (PCI) and adverse coronary events (ACE) during a six month follow-up period. METHODS: One hundred and eleven patients who had been submitted to an elective PCI were consecutively selected during a one year timeframe. The patients had stable angina (SA), unstable angina (UA) or silent ischemia (SI) and were asymptomatic for at least 72 hours before the procedure. TnI concentrations were measured between 8 and 24 hours after the PCI. Each patient was contacted by telephone six months later and interviewed regarding ACE which were defined as death, myocardial infarction, new revascularization and recurrent ischemia. RESULTS: Twenty-four patients showed elevated concentrations of TnI (21.6%) after the PCI regardless of clinical characteristics or procedure complications. Those who presented elevated TnI concentrations had higher event rates: 66.7 vs. 42.5% (RR=1.57; CI 95%=1.08-2.28). This risk seems to be higher in the subgroups of females and patients with a previous diagnosis of unstable angina. Multivariate analysis confirmed that gender was the only effect modifying co-variable associated with ACE risk, which is higher for females with elevated TnI concentrations (OR=7.22; CI 95%=1.4 -36.9) and unaltered for males (OR=1.26; CI 95%=0.35-4.55). CONCLUSION: Elevated TnI concentrations were a common occurrence after PCI and is a factor related to the development of ACE in the mid term. However, when adjusted for other variables, this effect is only maintained in female patients.