Apresentam-se resultados de uma pesquisa interdisciplinar sobre o trabalho da/o agente comunitária/o de Saúde (ACS). Adotou-se uma abordagem crítica de gênero para se compreenderem os entrelaçamentos entre socialização de gênero e qualificação profissional em uma modalidade de trabalho precarizado, que se apropria da força de trabalho de mulheres pobres em países periféricos. Buscou-se captar, entre as ACS, tanto as vantagens relativas deste trabalho, que permite conciliar tarefas produtivas e reprodutivas, quanto os aspectos de exploração a que estão sujeitas, utilizando-se da socialização de gênero que delineia a ideologia da 'mulher cuidadora', apropriada por esta modalidade de trabalho. Os dados revelaram que as ACS se empenham para tentar responder - com os precários recursos de que dispõem - às enormes demandas e carências sociais de suas comunidades, o que gera estresse, sofrimento e doenças relacionadas, além de extensivas jornadas de trabalho, com baixa remuneração e vínculo precário.
The findings from an interdisciplinary study on the work of community health agents (CHAs) are presented. A critical gender-based approach was used to understand the intertwining of gender socialization and professional qualification in a precarious type of work that makes use of poor women's labor in peripheral countries. An understanding was sought among the CHAs regarding the relative advantages of this work (which allows them to reconcile productive and reproductive tasks) and the exploitation issues to which they are subjected. Gender socialization delineating the ideology of the "caring woman" was used, which is appropriate for this type of work. The data revealed that the CHAs made efforts to try, with their own precarious resources, to respond to the enormous demands and social needs of their communities. This generated stress, distress and related illnesses, in addition to their long working days with low remuneration and precarious labor contracts.
Se presentan resultados de una investigación sobre el trabajo de Agentes comunitarios/as de Salud (ACS). Se ha adoptado un foco crítico de género sobre esta modalidad de trabajo, para entender los entrelazamientos entre socialización de género y cualificación profesional que se apropia de la fuerza de trabajo de mujeres pobres en países periféricos. Se buscó captar y comprender tanto las ventajas relativas de este trabajo, que les permite conciliar y acumular las tareas productivas y reproductivas, como los aspectos de explotación que resultan de una socialización de género que se apoya en la ideología de la "mujer cuidadora", apropiada en esta modalidad de trabajo. Los datos revelaron que las ACS intentan resolver, con sus precarios recursos, las enormes demandas y carencias sociales de sus comunidades, lo que causa estrés, sufrimiento y enfermedades relacionadas, además de extensas jornadas de trabajo, con baja remuneración y vínculos precarios.