Devido ao crescente uso dos aloenxertos nas cirurgias ortopédicas, há a necessidade do conhecimento de suas características biomecânicas ao longo do tempo de preservação. O presente trabalho consistiu na análise da força de resistência à micro-tração de amostras de ossos corticais de coelho preservadas em diversos meios por até 180 dias e a fresco. Os resultados revelaram que a resistência e o tempo de preservação apresentaram uma relação inversamente proporcional, significando que, quanto maior o tempo de preservação, menor a resistência física avaliada no ensaio biomecânico de resistência à micro-tração. Dos meios utilizados, a glicerina apresentou menores valores quanto ao teste de resistência, demonstrando, após 30 dias de preservação, apenas 24,58% da força presente no osso a fresco e, aos 180 dias, 1,76%. As amostras submetidas à autoclavagem também demonstraram baixos valores ao final do experimento, quando permaneceram com apenas 12,31% da força presente no osso a fresco. Os ossos preservados em plasma homólogo, líquido de dakin e aqueles criopreservados apresentaram os melhores índices de resistência ao final do experimento, permanecendo, respectivamente, com 82,47; 70,34 e 66,72% da força máxima quando comparados com a resistência dos ossos frescos. Concluiu-se que a escolha do método e o tempo de preservação interferiu diretamente na biomecânica dos ossos corticais, promovendo a diminuição da capacidade de resistência à tração ao longo do período de preservação.
Due to the increasing use of cortical bone allografts in orthopedic surgeries, de knowledge of its biomechanics characteristics during preservation time is needed. The present study consisted in the analyses of the resistance power to the micro-traction of samples of rabbit cortical bones preserved in several means for up to 180 days and fresh. The results showed that the resistance and the preservation time presented an inversely proportional relation, meaning that, the longer the time of preservation, the shorter the physical resistance evaluated in the biomechanical rehearsal of resistance to the micro-traction. The glycerin has presented lower values in relation to the resistance test, showing, after 30 days, only 24.58% of the present power in the fresh bone, and by 180 days, 1.76%. The samples submitted to autoclavation also showed low values by the end of the experiment, while they remained with just 12.31% of the power present in the fresh bone. The bones preserved in homologous plasma, Dakin liquid and the ones cryopreserved showed the best levels of resistance at the end of the experiment, remaining, respectively with 82.47, 70.34 and 66.72% of the maximum power, while compared with the resistance of the fresh bones. The conclusion is that the choice of methodology and time of preservation interfered directly in the biomechanics of the cortical bones, promoting decrease of the resistance capacity to the traction along the period of preservation.