O objetivo deste artigo, realizado sob uma perspectiva epistemológica funcionalista, foi verificar a relação existente entre valores pessoais e a adaptação transcultural de expatriados. Embora diversos pesquisadores busquem relacionar características individuais dos expatriados com a sua adaptação transcultural, desconhecem-se pesquisas anteriores que o tenham feito usando o constructo de valores humanos, o que caracteriza a originalidade desta pesquisa. Para tal, realizou-se um estudo com expatriados brasileiros, funcionários de uma filial de uma empresa nacional, situada em um país no Oriente Médio. As abordagens de Schwartz (1992) e Black, Mendenhall e Oddou (1991) foram empregadas como perspectivas teóricas para o estudo de valores pessoais e adaptação transcultural de expatriados, respectivamente. A amostra final válida foi composta por 221 expatriados, que responderam às escalas de adaptação transcultural de Black (1988) e de valores pessoais - PVQ-21 (ESS EDUNET, 2009). As técnicas de escalonamento multimensional confirmatória e modelagem de equações estruturais, com estimação por mínimos quadrados parciais (PLS), foram utilizadas para a análise dos dados. Os resultados mostram que o polo de abertura à mudança correlacionou-se positivamente com as facetas de adaptação geral e à interação, e não apresentou correlação com a adaptação ao trabalho. Já o polo de conservação não apresentou relação significante com nenhuma das facetas da adaptação transcultural de expatriados. Os resultados permitem apontar valores pessoais como antecedentes de duas dimensões da adaptação transcultural, o que representa um avanço na literatura a respeito da influência de características individuais de pessoas em designações internacionais, em sua adaptação transcultural. Como limitação do estudo, aponta-se a amostra composta por expatriados brasileiros em uma empresa de mesma nacionalidade, o que pode ter influenciado na ocorrência de relação não significante entre a adaptação ao trabalho e a abertura à mudança. Em termos práticos, sugere-se que as empresas usem os valores humanos como critério adicional em processos seletivos para designações internacionais.
The aim of this paper, based on a functionalist epistemological perspective, was to investigate the relationship between personal values and cross-cultural adaptation of expatriates. Although many researchers seek to relate individual characteristics of expatriates with cross-cultural adaptation, there is a lack of researches that have done so using the construct of human values, what characterizes the originality of this research. To this end, we carried out a study with Brazilian expatriates, employees of a subsidiary of a national company, located in a country in the Middle East. The approaches of Schwartz (1992) and Black, Mendenhall and Oddou (1991) were used as theoretical perspectives to the study of personal values and cross-cultural adaptation of expatriates, respectively. The final valid sample consisted of 221 expatriates who responded to the scales of cross-cultural adaptation of Black (1988) and personal values - PVQ-21 (ESS EDUNET, 2009). Confirmatory multidimensional scaling and structural equation modeling, with estimation by partial least squares (PLS), were used for data analysis. The results show that the pole of openness to change was positively correlated with the facets of general adjustment and interaction, and not correlated with adaptation to work. The pole of conservation showed no significant relationship with any of the facets of cross-cultural adaptation of expatriates. The results may point out personal values as antecedents of two dimensions of adaptation, which represents a important finding for the literature about the influence of individual characteristics of international assignees in their cross-cultural adaptation. As a limitation of the study, we pointed out the sample of expatriate Brazilians in a company of the same nationality, which may have influenced the occurrence of non-significant relationship between adaptation to work and openness to change. In practical terms, we suggested that companies use human values as an additional criterion in selection processes for international assignments.
El objetivo de este artículo, basado en una perspectiva epistemológica funcionalista, fue investigar la relación entre los valores personales y la adaptación transcultural de expatriados. Aunque muchos investigadores tratan de relacionar las características individuales de los expatriados con la adaptación transcultural, desconocimos investigaciones anteriores que lo hay ahecho con el constructo de los valores humanos, lo que caracteriza la originalidad de esta investigación. Con este fin, se llevó a cabo un estudio con expatriados brasileños, empleados de una filial de una empresa nacional, ubicada e nun país en el Medio Oriente. Las teorias de Schwartz (1992) y Black, Mendenhall y Oddou (1991) fueron utilizadas como perspectivas teóricas para el estudio de los valores personales y la adaptación transcultural de los expatriados, respectivamente. La muestra final fue compuesta por 221 expatriados válidos que respondieron a las escalas de la adaptación transcultural de Black (1988) y de los valores personales - PVQ-21 (ESS EDUNET, 2009). Las técnicas de confirmación de escalamiento multidimensional y modelos de ecuaciones estructurales, con la estimación por mínimos cuadrados parciales (PLS) fueron utilizadas para el análisis de datos. Los resultados muestran que el polo de la apertura al cambio se correlacionó positivamente con las facetas de ajuste general y la interacción, y no se correlacionó con el ajuste al trabajo. Dado que el polo de conservación no mostró una relación significativa con ninguna de las facetas de la adaptación transcultural de los expatriados. Los resultados pueden señalar los valores personales, como antecedentes de las dos dimensiones de la adaptación, lo que representa un importante avance en la literatura sobre la influencia de las características individuales de expatriados en su adaptación transcultural. Como limitación del estudio, señalamos la muestra de los de expatriados brasileño sen una empresa de la misma nacionalidad, que pueden haber influido en la ocurrencia de relación no significativa entre la adaptación al trabajo y apertura al cambio. En términos prácticos, se sugiere que las compañías utilizen los valores humanos como criterio adicional en los procesos de selección para asignaciones internacionales.