OBJETIVO: Analisar desfechos clínicos de pacientes incidentes em hemodiálise vinculados a operadora de plano de saúde. MÉTODOS: Estudo de coorte de incidentes em hemodiálise em Belo Horizonte, MG, de 2004 a 2008, a partir de registros no banco de dados de operadora de planos de saúde. Variáveis independentes: sexo, idade, tempo entre primeira consulta com nefrologista e início da hemodiálise, tipo do primeiro acesso vascular, diabetes mellitus, tempo de permanência hospitalar/ano de tratamento e óbito. Variáveis dependentes: tempo entre início da hemodiálise e óbito e tempo de permanência hospitalar/ano de tratamento > 7,5 dias. Análise estatística: teste Qui-quadrado de Pearson na análise univariada para os desfechos óbito e tempo de permanência hospitalar/ano de tratamento; método de Kaplan-Meier para análise de sobrevida; modelo de Cox e regressão Poisson para risco de óbito e chance de tempo de permanência hospitalar/ano de tratamento > 7,5 dias. Foi utilizada ferramenta de Business Intelligence para extração dos dados e software Stata(r) 10.0. RESULTADOS: Estudados 311 indivíduos em hemodiálise, 55,5% homens, média de 62 anos (dp: 16,6 anos). A prevalência aumentou 160% no período estudado. Na análise de sobrevivência a mortalidade foi maior entre os mais idosos, nos que não realizaram consulta com nefrologista, fizeram uso de cateter vascular temporário como primeiro acesso, com diabetes mellitus, nos que foram internados no mesmo mês do início da hemodiálise. No modelo de Cox associaram-se a maior risco para óbito a idade avançada, diabetes mellitus, não realizar consulta prévia com nefrologista e internar-se no primeiro mês de hemodiálise. Maior tempo de permanência hospitalar/ano de tratamento não se associou ao sexo e diabetes. As variáveis não foram significativas na regressão Poisson. CONCLUSÕES: A avaliação pelo especialista antes do início da hemodiálise diminui o risco de óbito na doença renal crônica terminal, enquanto o diabetes e internação no mesmo mês de início da hemodiálise são marcadores de risco para o óbito.
OBJECTIVE: To analyze clinical outcomes of patients on hemodialysis linked to health care plan provider. METHODS: Cohort study of hemodialysis events in Belo Horizonte, MG, Southeastern Brazil, between 2004 and 2008, based on records from health care plan provider databases. The independent variables were: sex, age, time between first appointment with nephrologist and starting hemodialysis, type of first vascular access, diabetes mellitus, length of time spent in hospital/year of treatment and death. Dependent variables: time between starting hemodialysis and death and length of time spent in hospital/year of treatment > 7.5 days. Statistical analysis was carried out using Pearson's Chi-squared test in the univariate analysis for the outcomes 'death' and 'length of time spent in hospital/year of treatment'; the Kaplan-Meier method was used to analyze survival; the Cox model and Poisson regression were used for risk of death and chance of length of time spent in hospital/year of treatment > 7.5 days. The Business Intelligence tool and Stata(r) 10.0 software were used to extract data. RESULTS: There were 311 patients on hemodialysis included in the study, with a mean age of 62 (sd 16.6 years), of whom 55.5% were male. Prevalence increased 160% during the period in question. Survival analysis showed a higher mortality among older patients, patients that did not consult a nephrologists, those whose first vascular access was using a temporary catheter, those with diabetes mellitus, those admitted to hospital within a month of beginning hemodialysis. The Cox model showed that a higher risk of death was associated with age, diabetes mellitus, not consulting a nephrologists and those that were hospitalized within a month of beginning hemodialysis. Greater length of time spent in hospital/year of treatment was not associated with sex or diabetes. According to Poisson regression, the variables were not significant. CONCLUSIONS: Assessment by a specialist before starting hemodialysis decreases the risk of death in cases of chronic kidney disease, whereas the presence of diabetes and being hospitalized within a month of beginning hemodialysis are markers of risk of death.
OBJETIVO: Analizar los resultados clínicos de pacientes incidentes en hemodiálisis vinculados a operadora de seguro de salud MÉTODOS: Estudio de cohorte de incidentes en hemodiálisis en Belo Horizonte, MG, Brasil, de 2004 a 2008, a partir de registros en el banco de datos de operadora seguros de salud. Variables independientes: sexo, edad, tiempo entre primera consulta con nefrólogo e inicio de hemodiálisis, tipo del primer acceso vascular, diabetes mellitus, tiempo de permanencia en el hospital /año de tratamiento y óbito. Variables dependientes: tiempo entre inicio de hemodiálisis y óbito y tiempo de permanencia en hospital/año de tratamiento > 7,5 días. Análisis estadístico: prueba Chi-cuadrado de Pearson en el análisis univariado para los resultados óbito y tiempo de permanencia en el hospital/año de tratamiento; método de Kaplan-Meier para análisis de sobrevida; modelo de Cox y regresión Poisson para riesgo de óbito y chance de tiempo de permanencia en hospital/año de tratamiento > 7,5 días. Se utilizó herramienta de Business Intelligence para extracción de los datos y software Stata(r) 10.0. RESULTADOS: Se evaluaron 311 individuos en hemodiálisis, 55,5% hombres, promedio de edad de 62 años (ds: 16,6 años). La prevalencia aumentó 160% en el período estudiado. En el análisis de sobrevivencia la mortalidad fue mayor entre los adultos de mayor edad, en los que no realizaron consulta con el nefrólogo, uso de catéter vascular temporario como primer acceso, con diabetes mellitus, en los que fueron internados en el mismo mes de inicio de la hemodiálisis. En el modelo de Cox se asociaron a mayor riesgo de óbito la edad avanzada, diabetes mellitus, no realizar consulta previa con nefrólogo e internarse en el primer mes de hemodiálisis. El mayor tiempo de permanencia en el hospital/año de tratamiento no se asoció al sexo y diabetes. Las variables no fueron significativas en la regresión Poisson. CONCLUSIONES: La evaluación por el especialista antes del inicio de la hemodiálisis disminuye el riesgo de óbito en la enfermedad renal crónica terminal mientras que la diabetes e internación en el mismo mes de inicio de la hemodiálisis aumentan el riesgo de óbito.