OBJETIVO: Analisar características sociodemográficas e do comportamento sexual e reprodutivo de mulheres jovens. MÉTODOS: Estudo populacional transversal com representatividade nacional sobre o comportamento sexual, contraceptivo e reprodutivo de 2.991 mulheres de 15 a 20 anos na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher 2006. As jovens foram classificadas em três grupos: iniciaram a vida sexual e engravidaram antes dos 20 anos (grupo A); iniciaram a vida sexual e não engravidaram antes dos 20 (grupo B) e não iniciaram a vida sexual (grupo C). Mulheres de até 25 anos foram consideradas para o estudo das razões da gravidez e de suas implicações na vida. As análises estatísticas consideraram os pesos e o planejamento amostral complexo. A associação entre duas variáveis categóricas foi avaliada pelo teste tipo qui-quadrado. Quanto às comportamentais, utilizou-se modelo linear global. RESULTADOS: Mulheres do grupo A eram principalmente negras, mais pobres e com menor escolaridade. Tiveram a primeira relação sexual mais precocemente, comportamento contraceptivo mais desprotegido e menor conhecimento da fisiologia da reprodução em relação ao grupo B; as jovens do grupo C caracterizaram-se por maior frequência à escola e a preservação da virgindade para o casamento foi alegada por um 1/3 desse grupo. Para as mulheres com até 25 anos, a gravidez antes dos 20 foi percebida como tendo implicações mais positivas que negativas na vida amorosa, conjugal, social e autoestima. CONCLUSÕES: Há associação significativa entre gravidez antes dos 20 anos com maior pobreza e menor escolaridade. Na ausência de melhores condições de vida e de oportunidades, a gravidez, embora não prevista, configura-se como "projeto de vida" e não sua mera ausência.
OBJECTIVE: Analyze the sociodemographic characteristics and the sexual and reproductive behavior of young women. METHODS: A cross-sectional nationally representative study was performed about sexual, contraceptive and reproductive behavior with 2,991 women age 15 to 20 years in the National Survey on Demography and Health of Women and Children, 2006. The women were classified into three groups: sexual initiation and pregnancy before the age of 20 (group A); sexual initiation but no pregnancy before the age of 20 (group B) and no sexual initiation (group C). Women until age 25 years were included in the study about reasons for becoming pregnant and the implications for their lives. Statistical analysis considered survey weights and the complex sample design. The association between two categorical variables was assessed by chi-square test. The behavior variables were assessed using a global linear model. RESULTS: Women in group A were mainly black, poorer and with lower education level. These women had an early sexual initiation, less safe contraceptive behavior and less knowledge of reproduction physiology in comparison with group B; young women in group C were characterized by greater attendance at school and 1/3 of this group claimed to maintain their virginity until marriage. For women up to the age of 25, pregnancy before 20 years was perceived as having more positive than negative impacts upon their love life, spousal relationships, social lives and self-esteem. CONCLUSIONS: There is a significant association between pregnancy before the age of 20 and higher poverty and lower educational level. In the absence of better living conditions and opportunities, pregnancy, although unplanned, becomes "a plan for life", and is not seen as a lack of life planning.
OBJETIVO: Analizar características sociodemográficas y de conductas sexual y reproductiva de mujeres jóvenes. MÉTODOS: Estudio poblacional transversal con representatividad nacional sobre el comportamiento sexual, anticonceptivo y reproductivo de 2.991 mujeres de 15 a 20 años en la Investigación Nacional de Demografía y Salud del Niño y de la Mujer (PNDS) 2006. Las jóvenes se clasificaron en tres grupos: iniciaron la vida sexual y se embarazaron antes de los 20 años (grupo A); iniciaron la vida sexual y no se embarazaron antes de los 20 (grupo B) y no iniciaron la vida sexual (grupo C). Mujeres de hasta 25 años se consideraron para el estudio de las tasas de embarazo y de sus consecuencias en la vida. Los análisis estadísticos consideraron los pesos y la planificación del muestreo complejo. La asociación entre dos variables categóricas fue evaluada por la prueba Chi-cuadrado. Para las conductuales, se utilizó el modelo linear global. RESULTADOS: Mujeres del grupo A eran principalmente negras, más pobres y con menor escolaridad. Tuvieron la primera relación sexual más precozmente, comportamiento anticonceptivo más desprotegido y menor conocimiento de la fisiología de la reproducción con relación al grupo B; las jóvenes del grupo C se caracterizaron por frecuentar más la escuela, y la preservación de la virginidad para el matrimonio fue relatada por 1/3 del grupo. En las mujeres con hasta 25 años, el embarazo antes de los 20 fue percibido con más consecuencias positivas que negativas en la vida amorosa, conyugal, social y autoestima. CONCLUSIONES: Hay asociación significativa entre embarazo antes de los 20 años con mayor pobreza y menor escolaridad. En ausencia de mejores condiciones de vida y de oportunidades, el embarazo, aunque no sea previsto, se establece como "proyecto de vida" en comparación con su inexistencia.