Resumo: A cisgeneridade-binária, heterossexual e compulsória como regime de governamentalidade (Michel FOUCAULT, 1979) determinou, por muito tempo, pressupostos que abarcam marcas profundas com seus estabelecidos normativos. As normas, marcadas pelo regime, acorrentaram as multiplicidades sexuais e de gênero fora daquilo que compreendia o social no Brasil e em boa parte do mundo. A marca repulsiva e marginalizada impressa pelos pressupostos da cis-hetero-governamentalidade de identidades de gênero e sexo no Brasil tem sua emergência a partir dos estudos que nomeavam como substantivo masculino as travestis, os primeiros corpos ciborgues (Donna HARAWAY, 1994) do/no Brasil. Além disso, tal dinâmica marcava corpos travestis em uma condição de não lugar. Muitos estudos abriram trincheira por vales colonizados na tentativa de descrever as subjetividades travestis, além dos essencialismos de gênero (Paul B. PRECIADO, 2017). Este manifesto, aos moldes de outros, busca apresentar, a partir de um pensamento travesti, caminhos atravessados pelo transfeminismo e transativismo, para um futuro travesti, marcado pela luta, afeto e pela presença destas vidas e práticas (transformadoras) em todos os (anti)estratos sociais que operam com o poder da negatividade (Jack HALBERSTAN, 2012).
Abstract: The binary, heterosexual and compulsory cisgenerity as a regime of governance (FOUCAULT, 1979) determined for a long time, assumptions of deep marks in the established norms. The norms, marked by the regime, chained the sexual and gender multiplicities outside of what was understood by society in Brazil and in much of the world. The repulsive and marginalized mark printed by the assumptions of cis-hetero-governamentality of gender and sex identities in Brazil has its emergence from the studies that named the first cyborg bodies (HARAWAY, 1994) in Brazil as male nouns. Moreover, such dynamic marked, travestis bodies, in a non-place condition. Many studies have trenched through colonized valleys in an attempt to describe travestis subjectivities, in addition to gender essentialisms (PRECIADO, 2017). This manifesto, along the lines of others, seeks to present from a travetis thought, paths crossed by transfeminism and transativism, to a travesti future, marked by struggle, affection and the presence of these lives and practices (transformative) in all (anti) social strata that operate with the power of negativity (HALBERSTAN, 2012).
Resumen: La cisgeneridad binaria, heterosexual y obligatoria como régimen de gobierno (FOUCAULT, 1979) determinó durante mucho tiempo, supuestos de marcas profundas en las normas establecidas. Las normas, marcadas por el régimen, encadenaron las multiplicidades sexuales y de género fuera de lo que entendía la sociedad en el Brasil y en gran parte del mundo. La marca repulsiva y marginada impresa por los supuestos de cis-hetero-gobernabilidad de las identidades de género y sexo en Brasil tiene su origen en los estudios que nombraron como sustantivos masculinos a los primeros cuerpos cibernéticos (HARAWAY, 1994) en Brasil. Además, tales cuerpos dinámicos marcados, de travestis, en una condición de no lugar. Muchos estudios han recorrido los valles colonizados en un intento de describir las subjetividades de las travestis, además de los esencialismos de género (PRECIADO, 2017). Este manifiesto, en la línea de otros, busca presentar desde un pensamiento travesti, caminos cruzados por el transfeminismo y el transativismo, a un futuro travesti, marcado por la lucha, el afecto y la presencia de estas vidas y prácticas (transformadoras) en todos los estratos sociales (anti) que operan con el poder de la negatividad (HALBERSTAN, 2012).