Resumo Fundamento As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Regiões brasileiras geograficamente remotas e de baixa renda carecem de consultas especializadas. Não se tem conhecimento total acerca do manejo por telemedicina dessa população por parte de cardiologistas. Objetivos Analisar a teleconsulta cardiológica na região brasileira com maior número de municípios isolados. Métodos Entre fevereiro de 2020 e outubro de 2021, pacientes da Região Norte do Brasil avaliados por médicos generalistas locais foram encaminhados para avaliação cardiológica por telemedicina. Foram analisados os motivos do encaminhamento, dados demográficos, histórico clínico, exames físicos, exames complementares, medicamentos e prescrições pré e pós-telemedicina (considerou-se p<0,05 como estatisticamente significativo). Resultados Analisamos 653 pacientes. A taxa de frequência foi de 85,7% (53,1% do sexo feminino, idade média: 54,2±6,5 anos). Os principais motivos de encaminhamento foram sintomas cardiovasculares (58,1%) e fatores de risco entre pacientes assintomáticos (13,3%). Apenas 12,6% apresentava alguma doença diagnosticada. A maioria dos pacientes havia passado por exame físico e eletrocardiogramas regulares. Poucos tinham exames complementares recentes. A prescrição de bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA), bloqueadores dos canais de cálcio e estatinas aumentou significativamente, enquanto a de digoxina, betabloqueadores não cardíacos e ácido acetilsalicílico (AAS) diminuiu na primeira teleconsulta. A maioria dos exames complementares solicitados era de baixa complexidade e custo: eletrocardiograma (28,2%), radiografia de tórax (14%), ecocardiograma (64,5%) e exames de sangue (71,8%). Para 2,1% dos pacientes, foram indicadas intervenções, e 8% recebeu alta após a primeira consulta. Conclusão A teleconsulta cardiológica sob demanda contribui para a otimização do tratamento das doenças cardíacas. A maioria dos pacientes foi encaminhada com diagnósticos sindrômicos sem exames complementares prévios. A avaliação especializada solicitada geralmente estava disponível localmente e com baixo custo, mas impedia a alta precoce. Capacitação local poderia otimizar o encaminhamento. mundo especializadas cardiologistas isolados 202 2021 demográficos clínico físicos póstelemedicina pós considerouse considerou p005 p 0 05 p<0,0 significativo. significativo . significativo) 65 857 85 7 85,7 53,1% 531 53 1 (53,1 feminino média 54265 54 2 6 5 54,2±6, anos. anos anos) 58,1% 581 58 (58,1% 13,3%. 133 13,3% 13 3 (13,3%) 126 12 12,6 diagnosticada regulares recentes BRA, BRA , (BRA) significativamente digoxina AAS (AAS custo 28,2%, 282 28,2% 28 (28,2%) 14%, 14 14% (14%) 64,5% 645 64 (64,5% 71,8%. 718 71,8% 71 8 (71,8%) 21 2,1 intervenções consulta cardíacas prévios precoce 20 p00 p<0, 85, 53,1 (53, 5426 54,2±6 58,1 (58,1 13,3 (13,3% 12, (BRA 28,2 (28,2% (14% 64,5 (64,5 71,8 (71,8% 2, p0 p<0 53, (53 542 54,2± 58, (58, 13, (13,3 28, (28,2 (14 64, (64, 71, (71,8 p< (5 54,2 (58 (13, (28, (1 (64 (71, ( 54, (13 (28 (6 (71 (2 (7
Abstract Background Cardiovascular diseases are the leading cause of adult mortality. Geographically remote and low-income Brazilian regions lack specialized consultations. The telemedicine management of this population by cardiologists is not fully known. Objectives To analyze cardiology teleconsultation in the Brazilian region with the highest number of isolated cities. Methods From February 2020 to October 2021, patients from the North Region of Brazil evaluated by local general practitioners were referred for cardiological evaluation by telemedicine. Referral reasons, demographics, clinical history, physical examinations, tests, medications, and prescriptions pre- and post-telemedicine were analyzed (p<0.05 was considered statistically significant). Results We analyzed 653 patients. The attendance rate was 85.7% (53.1% female, mean age: 54.2±6.5 years). The main reasons for referral were cardiovascular symptoms (58.1%) and risk factors among asymptomatic patients (13.3%). Only 12.6% had a diagnosed disease. Most patients had regular physical examinations and electrocardiograms. Few had recent complementary tests. The prescription of angiotensin receptor blockers (ARBs), calcium channel blockers and statins was significantly increased, while that of digoxin, noncardiac beta-blockers and acetylsalicylic acid (ASA) was decreased at the first teleconsultation. Most of the tests requested were of low complexity and cost: electrocardiogram (28.2%), chest X-ray (14%), echocardiogram (64.5%) and blood tests (71.8%). For 2.1% of patients, interventions were indicated, and 8% were discharged after the first consultation. Conclusion On-demand cardiology teleconsultation contributes to heart disease treatment optimization. Most patients were referred with syndromic diagnoses without previous complementary tests. The specialist workup requested was usually available locally and at a low cost but precluded early discharge. Local training could optimize the referral. mortality lowincome income consultations known cities 202 2021 demographics history medications pre posttelemedicine post p<0.05 p005 p 0 05 (p<0.0 significant. significant . significant) 65 857 85 7 85.7 53.1% 531 53 1 (53.1 female age 54265 54 2 6 5 54.2±6. years. years years) 58.1% 581 58 (58.1% 13.3%. 133 13.3% 13 3 (13.3%) 126 12 12.6 electrocardiograms ARBs, ARBs , (ARBs) increased digoxin betablockers beta ASA (ASA 28.2%, 282 28.2% 28 (28.2%) Xray X ray 14%, 14 14% (14%) 64.5% 645 64 (64.5% 71.8%. 718 71.8% 71 8 (71.8%) 21 2.1 indicated consultation Ondemand On demand optimization discharge 20 p<0.0 p00 (p<0. 85. 53.1 (53. 5426 54.2±6 58.1 (58.1 13.3 (13.3% 12. (ARBs 28.2 (28.2% (14% 64.5 (64.5 71.8 (71.8% 2. p<0. p0 (p<0 53. (53 542 54.2± 58. (58. 13. (13.3 28. (28.2 (14 64. (64. 71. (71.8 p<0 (p< (5 54.2 (58 (13. (28. (1 (64 (71. p< (p ( 54. (13 (28 (6 (71 (2 (7