RESUMO O paradigma informacional da comunicação estipula que agentes usam a fala para transmitir informação não-redundante a outros agentes. Se olharmos para a fala auto-direcionada e, em particular, para a fala privada, no entanto, nos deparamos com um claro contraexemplo: nela, os papéis de falante e ouvinte coincidem no mesmo agente. Meu objetivo aqui será, então, somar-me aos esforços de buscar um paradigma alternativo que explique a fala privada, em seus vários usos, intrapessoais e intersubjetivos. Para isso, considero dois candidatos: o paradigma disposicional e o deôntico, segundo os quais a fala serve, respectivamente, para gerar disposições e para negociar compromissos em ações coordenadas. Ao comparar os méritos de ambos, mostro que o segundo é preferível por conseguir explicar usos da fala privada com função fática mais facilmente que o primeiro. Tais usos evidenciam que a comunicação também pode voltar-se para aspectos de sua própria infraestrutura e da ação-entre-participantes. Lamentavelmente, eles vêm sendo negligenciados na literatura filosófica, embora pareçam ser peça-chave de qualquer resposta completa à pergunta “Por que falamos?”. nãoredundante não redundante autodirecionada auto direcionada particular entanto contraexemplo nela agente será então somarme somar me intersubjetivos isso candidatos deôntico serve respectivamente coordenadas ambos primeiro voltarse voltar se açãoentreparticipantes. açãoentreparticipantes ação entre participantes. participantes ação-entre-participantes Lamentavelmente filosófica peçachave peça chave Por falamos. falamos . falamos?” falamos?
ABSTRACT The informational paradigm of communication stipulates that agents talk to convey non-redundant information to other agents. If we turn to self-directed talk and, in particular, to private speech, however, we find a clear counterexample. After all, in self-directed speech, the roles of speaker and hearer coincide in the same agent. My goal here is to search for an alternative paradigm that explains private speech in its various intrapersonal and intersubjective uses. To that end, I consider two alternatives, the dispositional and the deontic paradigms, which assume respectively that we talk to generate dispositions and to negotiate commitments in coordinated actions. In comparing their merits, I show that the second one is preferable because it explains private uses of language with phatic function better than the first one. Such uses show that communication can turn to aspects of its own infrastructure; regrettably, they have been systematically neglected in the philosophical literature, even though they seem to be a crucial part of a complete answer to the question “Why do we talk?”. nonredundant non redundant selfdirected self directed particular however counterexample all agent end alternatives paradigms actions merits infrastructure regrettably literature Why talk. . talk?” talk?