RESUMO No início do ano de 2020, foi realizado no Instituto de Pesquisas Aggeu Magalhães (IAM), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco, o projeto ‘Meu verão na Fiocruz’, cujo objetivo era permitir o acesso de meninas de escolas públicas do ensino médio aos laboratórios da instituição, para desenvolver curtos projetos de iniciação científica e, adicionalmente, debater sobre o tema da luta feminista para redução da desigualdade de gênero e raça no campo da ciência. Este artigo é um relato de experiência sobre o projeto. A divulgação do projeto foi realizada em oito escolas pelo Observatório Feminista do Nordeste, a inscrição para seleção foi feita por meio do envio de vídeos de um minuto, e a orientação nas pesquisas foi realizada por pesquisadoras de cinco laboratórios do IAM. No total, foram selecionadas 12 meninas que frequentaram os laboratórios de janeiro a fevereiro de 2020. O projeto culminou com a realização de um evento ocorrido no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Ao final, foram identificados gargalos que dificultam o acesso de jovens de comunidades periféricas aos programas de iniciação científica, e os caminhos que podem ser seguidos para acelerar esse processo na academia, principalmente no campo da saúde.
ABSTRACT From January to February of 2020, the ‘My summer at Fiocruz’ project was carried out at the Aggeu Magalhães Institute (IAM), an Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz) unit located in the state of Pernambuco, whose aim was to allow girls from public high schools to access the institution’s laboratories in order to develop short scientific research projects, and additionally, to debate the theme of the feminist struggle to reduce gender and race inequality in the field of science. This article is a case study about the project. The project was publicized by the Feminist Observatory of the Northeast at eight schools, the application for selection was done by sending one-minute videos, and the mentoring was carried out by women researchers from five IAM laboratories. In total, 12 girls were selected, who attended the laboratories from January to February 2020. The project culminated with an event held at the institution on February 11, 2020, the date on which the International Day of Women and Girls in Science is celebrated. Finally, the main difficulties for access to undergraduate research programs were identified, as well as the ways that could be followed to accelerate such a process in academia, mainly in the field of health.