RESUMO Objetivo: Revisar estudos que avaliam correspondência entre a altura estimada por medidas segmentares e a estatura real de crianças com paralisia cerebral. Fonte de dados: Revisão sistemática da literatura entre 1995 e 2018, guiada pela diretriz Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), nas bases de dados PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Os descritores, combinados pelo operador booleano “and”, foram: “anthropometry”, “cerebral palsy”, “child” e “body height”. A pesquisa englobou artigos em português, inglês e espanhol, classificadas pelo Quali-CAPES igual ou superior a B3 e que respondiam à questão guia: “Existe correlação entre a altura estimada por equações em crianças com paralisia cerebral e as medidas diretas de altura?”. Dos 152 artigos inicialmente recuperados, sete foram selecionados e sua qualidade metodológica foi avaliada pela escala da Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ). Síntese dos dados: A maioria dos trabalhos não encontrou correspondência entre altura real e estimada. Estudos que exibiram coincidência das medidas apresentaram limitações que poderiam comprometer os resultados (perda de amostra, amostra pequena e exclusão de indivíduos com contraturas severas, escoliose e paralisia cerebral grave). Pesquisadores japoneses desenvolveram equação que apresenta boa concordância entre as estaturas. Contudo, o estudo compreendeu apenas indivíduos japoneses. Conclusões: Dada a importância da precisão das medidas de estatura para avaliar a saúde infantil, tornam-se necessárias mais pesquisas visando estabelecer, de maneira mais segura, a associação entre a estatura estimada e a real. O desenvolvimento de protocolos antropométricos, resultantes dessas pesquisas, beneficiaria o acompanhamento de crianças com sequelas psicomotoras graves.
ABSTRACT Objective: To review studies that evaluate the correspondence between the estimate height via segmental measures and the actual height of children with cerebral palsy. Data sources: Systematic literature review between 1995–2018, guided by the PRISMA criteria (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), in PubMed, BVS, MEDLINE and Lilacs databases. The descriptors, connected by the AND Boolean Operators, were: anthropometry, cerebral palsy, child and body height. The research comprised papers in Portuguese, English and Spanish, with Qualis-CAPES equal or superior to B3 that addressed the question: “Is there any correlation between estimate height by equations and direct height measures in children with cerebral palsy?” 152 studies were recovered and seven were selected. Their methodological quality was assessed by the scale of the Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ). Data synthesis: Most studies showed no correspondence between estimated and real height. Studies that showed coincidence of the measures contain limitations that could jeopardize the results (sample losses, small samples and exclusion of patients with severe contractures, scoliosis and severe cerebral palsy). Japanese researchers developed an equation which harmoniously aligns the statures; the study comprised only Japanese patients, though. Conclusions: Given the importance of accuracy in height measures to evaluate infant health, it is crucial to carry out more researches in order to safely establish an association between both estimate and real statures. The development of anthropometric protocols, emerged from such researches, would benefit the follow-up of children with severe psychomotor disabilities.