OBJETIVO: A maioria das mortes em crianças é evitável. A estratégia Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde e Fundo das Nações Unidas para a Infância, pretende reduzir a mortalidade infantil por meio de ações para melhorar o desempenho dos profissionais de saúde, a organização do sistema de saúde e as práticas da família e da comunidade. O artigo teve por objetivo descrever fatores associados à implementação dessa estratégia em três estados do Nordeste do Brasil. MÉTODOS: Estudo ecológico realizado em 443 municípios do Ceará, Paraíba e Pernambuco, em 2006. A distribuição de variáveis independentes econômicas, geográficas, ambientais, nutricionais, organização do serviço de saúde e mortalidade infantil foram comparadas entre os municípios com e sem a estratégia. Esses fatores foram avaliados por meio de modelo hierárquico utilizando regressão de Poisson para o cálculo de razões de prevalências após ajuste para fatores de confusão. RESULTADOS: Dos municípios estudados, 54% possuíam a estratégia: Ceará (65 com e 43 sem), Paraíba (27 com e 21 sem) e Pernambuco (147 com e 140 sem). Após controle para fatores de confusão, os fatores significativamente associados com a ausência da estratégia, foram: menor índice de desenvolvimento humano, menor população e maior distância da capital. CONCLUSÕES: Houve iniqüidade no desenvolvimento da estratégia, pois municípios de maior risco para a saúde infantil apresentaram menores taxas de aplicação de suas ações. São necessárias políticas de saúde que reforcem sua consolidação nos municípios de maior risco de mortalidade infantil.
OBJECTIVE: The majority of child deaths are avoidable. The Integrated Management of Childhood Illnesses strategy, developed by the World Health Organization and the United Nations Children's Fund, aims to reduce child mortality by means of actions to improve performance of health professionals, the health system organization, and family and community practices. The article aimed to describe factors associated with the implementation of this strategy in three states of Northeastern Brazil. METHODS: Ecological study conducted in 443 municipalities in the states of Northeastern Brazil Ceará, Paraíba and Pernambuco, in 2006. The distribution of economic, geographic, environmental, nutritional, health service organization, and child mortality independent variables were compared between municipalities with and without the strategy. These factors were assessed by means of a hierarchical model, where Poisson regression was used to calculate the prevalence ratios, after adjustment of confounding factors. RESULTS: A total of 54% of the municipalities studied had the strategy: in the state of Ceará, 65 had it and 43 did not have it; in the state of Paraíba, 27 had it and 21 did not have it; and in the state of Pernambuco, 147 had it and 140 did not have it. After controlling for confounding factors, the following variables were found to be significantly associated with the absence of the strategy: lower human development index, smaller population, and greater distance from the capital. CONCLUSIONS: There was inequality in the development of the strategy, as municipalities with a higher risk to child health showed lower rates of implementation of actions. Health policies are necessary to help this strategy to be consolidated in the municipalities that are at a higher risk of child mortality.
OBJETIVO: Caracterizar el uso de medicamentos por jubilados y pensionistas ancianos, con énfasis en las diferencias entre géneros. MÉTODOS: Investigación domiciliar conducida con muestra aleatoria simple de 667 individuos con 60 años o más, residentes en Belo Horizonte (sudeste de Brasil), en 2003. Los ancianos fueron entrevistados por farmacéuticos, utilizando cuestionario padronizado. Fueron estimadas la prevalencia de uso y la media de medicamentos usados en los últimos 15 días anteriores a la entrevista, las cuales fueron estratificadas de acuerdo con el género según variables sociodemográficas y de salud. RESULTADOS: La prevalencia de uso de medicamentos fue de 90,1%, significativamente más alto entre las mujeres (93,4%) de que entre los hombres (84,3%). Mujeres utilizaron en media 4,6±3,2 productos y hombres 3,3±2,6 (p<0,001). Los principios activos más usados por los ancianos pertenecían a los sistemas cardiovascular, nervioso, y del tracto digestivo y metabolismo. El consumo fue superior entre las mujeres en esos tres grupos, así como las medias de uso de medicamentos según variables sociodemográficas y de salud seleccionadas. CONCLUSIONES: El estudio identificó uso más intenso de medicamentos por las mujeres, hecho que las vuelve más vulnerables a los prejuicios de polifarmacia, como riesgo de interacciones y uso inadecuado.