Resumo Objetivo: Esse estudo teve por objetivo entender como as comunidades de larvas de insetos aquáticas associadas aos fitotelmata são afetadas pela arquitetura da planta, presença de predadores e de recursos (fatores locais) e pela distância geográfica (fator regional) em duas fases fenológicas distintas. A floração de bromélias resulta em alterações estruturais nas plantas, que favorecem o aumento na dispersão de insetos. Considerando que tanto fatores locais quanto regionais podem afetar a comunidade de larvas de insetos aquáticas, nós esperamos que a composição, diversidade Beta e a importância desses fatores sejam diferentes entre as fases de crescimento vegetativo e de floração. Métodos Foram realizadas seis amostragens da fauna associada (insetos adultos e larvas) de bromélias em 2010, três durante o primeiro semestre - fase de crescimento vegetativo - e três durante o segundo semestre - fase de floração. Foram amostradas 12 plantas distribuídas de forma similar nos paredões rochosos por coleta, totalizando 72 bromélias. Resultados Embora a diversidade beta (PERMDISP) não tenha diferido entre as fases de crescimento vegetativo e de floração, a NMDS seguida pela ANOSIM demonstrou que a composição foi significativamente diferente entre as distintas fases fenológicas. Os resultados da IndVal mostraram que três espécies de Diptera foram discriminantes da fase de crescimento vegetativo. A pRDA revelou que diferenças na contribuição relativa dos fatores locais e regionais para explicar a estrutura da comunidade de larvas de insetos aquáticas. Na fase de floração, os fatores locais predominaram, enquanto que durante a fase de crescimento vegetativo, os fatores regionais foram os mais importantes. Conclusão Diferenças nas taxas de dispersão nas duas fases fenológicas, provavelmente em função da polinização e consequente oviposição, influenciaram a estruturação da comunidade. Assim, os eventos de floração não só influenciam na composição, mas também na estruturação da comunidade de larvas aquáticas presentes nos fitotelmata de Aechmea distichantha Lem. (Bromeliaceae).
Abstract Aim: We aimed to understand how aquatic insect larvae communities associated with bromeliad phytotelmata are affected by plant architecture, predators and resources (local factors), and by geographical distance (regional factors) in two different plant phenological phases. Bromeliad flowering results in plant structural changes, which favours insect dispersal. Considering that local and regional factors may affect the community of aquatic insect larvae, we expected that composition, beta diversity and the importance of those factors would differ in the vegetative growth and flowering phases. Methods We performed six samplings of the bromeliad associated fauna in 2010, three during the first semester - vegetative growth phase - and three during the second semester - flowering phase. In each sampling, we collected 12 plants along the rocky walls with similar location distribution, with a total of 72 bromeliads studied. Results Although beta diversity (PERMDISP) did not differ between vegetative growth and flowering, NMDS followed by ANOSIM showed that composition was significantly different in the distinct phenological phases. IndVal results showed that three Diptera morphospecies were discriminant of the vegetative growth phase. In addition, pRDA revealed differences in the relative contribution of local and regional factors to explain insect larvae community structure. During the flowering phase, local factors predominated, while during vegetative growth, regional factors were more important. Conclusion Differences in dispersal rates between the two phenological phases, likely due to adult insect pollination and further oviposition, influenced community structuring. Therefore, flowering events account for differences not only in the composition, but also in community structuring of aquatic insect larvae inhabiting the phytotelmata of Aechmea distichantha Lem. (Bromeliaceae).