Este trabalho pretendeu investigar o conceito de empoderamento reconhecido pelos principais atores envolvidos no cuidado em saúde mental em dois serviços de atenção psicossocial, como forma de contribuir para a avaliação da identificação, caracterização e apropriação dos dispositivos de empoderamento no processo de Reforma Psiquiátrica no país. Como campo de pesquisa, foram selecionados um Centro de Atenção Psicossocial e um Centro de Convivência, ambos do município de Campinas-SP, realizando-se coleta de dados após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina. Os sujeitos da pesquisa foram sete usuários, três familiares e 24 profissionais da equipe multiprofissional. O estudo de caso tomou a forma de pesquisa descritiva e qualitativa. Como resultados, verificou-se que o conceito de empoderamento apresentado por usuários, familiares e profissionais vislumbra a autonomia dos usuários e familiares, perpassando o poder de escolha, o poder de decisão e o poder de serem sujeitos com suas diversidades e semelhanças. Espera-se que este trabalho contribua para a compreensão da importância do empoderamento na reinserção das pessoas em sofrimento mental, servindo como caminho possível para que as realidades de cuidado desenvolvidas nos CAPS espalhados pelo Brasil sejam modificadas.
This study sought to investigate the concept of empowerment recognized by the main actors involved in mental health care in two psychosocial care services as a way to contribute to the evaluation of the identification, characterization, and ownership of empowerment devices in the Brazilian psychiatric reform. As a field of research, we selected a Center for Psychosocial Care and a Conviviality Center, both in Campinas city, State of São Paulo, Brazil, performing data collection after the approval of the Ethics Committee of Santa Catarina Federal University. The study subjects were seven users, three family members and 24 professionals from the multidisciplinary team. The case study was descriptive and qualitative. As a result, we found that the concept of empowerment submitted by users, families and professionals glimpses user's and family's autonomy, going through the power of choice, decision-making power and the power of being subject to their differences and similarities. We hoped this work contributes to the understanding of the importance of empowerment in the rehabilitation of people in mental distress, serving as a possible path to modify the realities of care developed in CAPS throughout Brazil.