RESUMO Objetivo: identificar a ocorrência e os fatores associados a: (1) suspeita de infecção pelo vírus causador da COVID-19; (2) abstenção no trabalho devido a suspeita ou ao diagnóstico de infecção pelo vírus causador da COVID-19 e (3) realização de testes para o rastreio de infecção pelo vírus causador da COVID-19 entre profissionais de Enfermagem. Método: estudo transversal realizado com 890 enfermeiros entre os meses de junho e julho de 2020. As associações entre os desfechos e as demais variáveis foram exploradas com a utilização de modelos de regressão de Poisson com estimadores robustos de variância. Resultados: a ocorrência dos desfechos foi de (1) 35,5%, (2) 16,2% e (3) 38,2%. Para a suspeita de infecção, foram observadas associações com a avaliação das condições de trabalho como ruins (RR: 1,55; IC 95%: 1,21-1,99) e a falta de equipamentos de proteção individual (RR: 1,27; IC 95%: 1,06-1,51). A abstenção do trabalho esteve associada com a adoção de distanciamento social moderado (RR: 1,49; IC 95%: 1,00-2,21). Para a realização de testes de rastreio, destacam-se as associações com a vinculação a serviços ambulatoriais (RR: 2,47; IC 95%: 1,52-4,01) e hospitalares (RR: 2,49; IC 95%: 1,60-3,89), além do contato direto com pacientes confirmadamente acometidos pela COVID-19 (RR: 1,65; IC 95%: 1,33-2,05). Conclusão: apesar da elevada ocorrência de suspeitas de infecção e um número considerável de abstenção do trabalho entre profissionais dos diversos serviços estudados, foi evidenciada uma disparidade no acesso aos testes de rastreio, especialmente no que se refere aos profissionais da Atenção Primária.
ABSTRACT Objective: to identify the occurrence of the factors associated with: (1) suspected infection by the virus that causes COVID-19; (2) absenteeism at work due to suspected infection or diagnosis of infection by the virus that causes COVID-19; and (3) performance of tests for the screening of infection by the virus that causes COVID-19 among Nursing professionals. Method: a cross-sectional study conducted with 890 nurses in June and July 2020. The associations between the outcomes and the other variables were explored using Poisson regression models with robust variance estimators. Results: occurrence of the outcomes was (1) 35.5%, (2) 16.2% and (3) 38.2%, respectively. For suspected infection, associations were observed with assessment of the working conditions as deficient (RR: 1.55; 95% CI: 1.21-1.99) and with lack of Personal Protective Equipment (RR: 1.27; 95% CI: 1.06-1.51). Absenteeism at work was associated with the adoption of moderate social distancing (RR: 1.49; 95% CI: 1.00-2.21). To perform the screening tests, the associations with links to outpatient (RR: 2.47; 95% CI: 1.52-4.01) and hospital (RR: 2.49; 95% CI: 1.60-3.89) services stood out, in addition to direct contact with patients with confirmed COVID-19 diagnoses (RR: 1.65; 95% CI: 1.33-2.05). Conclusion: despite the high occurrence of suspected infection and a considerable incidence of absenteeism at work among professionals from the various services under study, disparity in access to the screening tests was evidenced, especially with regard to the professionals who work in Primary Care.
RESUMEN Objetivo: identificar la incidencia y los factores asociados con: (1) sospecha de infección por el virus que causa COVID-19; (2) ausencia laboral debido a sospecha o diagnóstico de infección por el virus que causa COVID-19; y (3) pruebas para detectar la infección por el virus que causa COVID-19 entre profesionales de Enfermería. Método: estudio transversal realizado con 890 profesionales de Enfermería durante los meses de junio y julio de 2020. Las asociaciones entre los resultados y las demás variables se estudiaron por medio de modelos de regresión de Poisson con estimadores robustos de varianza. Resultados: la incidencia de los resultados fue: (1) 35,5%, (2) 16,2% y (3) 38,2%. Para la sospecha de infección, se observaron asociaciones con condiciones de trabajo evaluadas como deficientes (RR: 1,55; IC 95%: 1,21-1,99) y con la falta de Equipos de Protección Personal (RR: 1,27; IC 95%: 1,06-1,51). La ausencia laboral se asoció con la adopción de distanciamiento social moderado (RR: 1,49; IC 95%: 1,00-2,21). Para llevar adelante las pruebas de detección, se destacaron las asociaciones con la vinculación a servicios ambulatorios (RR: 2,47; IC 95%: 1,52-4,01) y hospitalarios (RR: 2,49; IC 95%: 1,60-3,89), además del contacto directo con pacientes con diagnósticos confirmados da COVID-19 (RR: 1,65; IC 95%: 1,33-2,05). Conclusión: pese a la elevada incidencia de sospechas de infección y una considerable cantidad de ausencias laborales entre profesionales de los diversos servicios estudiados, se evidenció cierta disparidad en el acceso a las pruebas de detección, especialmente en lo que se refiere a los profesionales de Atención Primaria.