Resumo Objetivos: explorar indicadores de acesso à assistência em saúde infantil e de marcadores de padrões não saudável de alimentação em crianças brasileiras menores de dois anos e contextualizá-los na agenda atual de atenção à saúde da criança no Sistema Único de Saúde. Métodos: estudo transversal descritivo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Estimaram-se as prevalências e intervalos de confiança de 95% (IC95%) para a população total, macrorregiões brasileiras e localização urbana ou rural do domicílio. Resultados: realização da primeira consulta médica até o sétimo dia foi referido para apenas 28,7% das crianças. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil foi realizado principalmente nas unidades básicas de saúde (57,2%; IC95%: 54,8-59,6). A frequência de realização dos testes do pezinho, orelhinha e olhinho foi de 70,8% (IC95%: 69,0-72,7), 56,0% (IC95%: 53,8-58,3) e 51,1% (IC95%: 48,9-53,3), respectivamente. Observam-se desigualdades nos cuidado preventivos em saúde, com menor acesso entre as crianças residentes em domicílios rurais e nas Regiões Norte e Nordeste. O consumo de refrigerantes foi referido para 32,3% e de biscoitos, bolacha ou bolo para 60,8% das crianças,apontando uma inoportuna introdução de alimentos não saudáveis na alimentação infantil. Conclusões: os achados apontam desigualdades de acesso à assistência infantil, assim como alta prevalência de comportamentos alimentares não saudáveis na infância.
Abstract Objectives: to examine indicators relating to access to child health care and markers of unhealthy patterns of eating in Brazilian children aged under two years and to set these in the context of the National Health System 's current child healthcare agenda. Methods: a descriptive cross-sectional study using data from the 2013 National Health Survey. Prevalences and confidence intervals of 95% (CI95%) were estimated for the total population, Brazilian macroregions and urban or rural location of household. Results: a first medical consult before the seventh day of life was reported in only 28.7% of children. Supervision of growth and child development was carried out primarily at basic health units (57.2%; CI95%: 54.8-59.6). Theneonatal screening, newborn hearing screening and red reflex tests were conducted with a frequency of 70.8% (CI95%: 69.0-72.7), 56.0% (CI95%: 53.8-58.3) and 51.1% (CI95%: 48.9-53.3), respectively. Disparities were found in preventive health care, with lower access among children living in rural households or in the North and Northeast regions. Soda consumption was reported for 32.3% and consumption of biscuits or cake for 60.8% of children,indicating premature introduction of unhealthy foods into the child's diet. Conclusions: the findingspoint to disparities in access to child healthcare and a high prevalence of unhealthy eating habits in infancy.