Resumen: En el artículo se analizan los cambios institucionales, políticos, sanitarios y profesionales que fueron transformando el escenario de asistencia al parto en el Uruguay de la primera mitad del siglo XX. Se centra en dos aspectos: la institucionalización del parto y el rol de la partería en el proceso. Para ello, se recurre al concepto de gobernanza reproductiva en tanto es útil para comprender las transformaciones en las racionalidades políticas en el campo de la reproducción. En términos metodológicos se utilizan técnicas de análisis documental y de contenido para analizar la obra escrita de médicos referentes en el país, de publicaciones de la partería y de otros documentos institucionales de época. El análisis de dicho proceso permite vislumbrar que parte de los cambios impulsados por la racionalidad médica no se sustentaron en fundamentos científicos sino en decisiones políticas y culturales que se nutrían, entre otros asuntos, de las ideas en torno a los deberes de la maternidad y a los roles esperados para las mujeres (las asistidas y las parteras) de aquel momento histórico.
Abstract: The article analyzes the institutional, political, health and professional changes that were transforming the delivery care scenario in Uruguay in the first half of the 20th century. It focuses on two aspects: the institutionalization of childbirth and the role of the midwife in the process. For this, the concept of reproductive governance is used as it is useful to understand the transformations in political rationalities in the field of reproduction. In methodological terms, documentary and content analysis techniques are used to analyze the written work of leading doctors in the country, midwifery publications and other institutional documents of the time are used. The analysis of this process allows us to glimpse that part of the changes promoted by medical rationality were not based on scientific foundations but on political and cultural decisions that were nourished, among other matters, by ideas about the duties of motherhood and the expected roles for women (assisted women and midwives) of that historical moment.
Resumo: O artigo analisa as mudanças institucionais, políticas, sanitárias e profissionais que estavam transformando o cenário da assistência ao parto no Uruguai na primeira metade do século XX. Enfoca dois aspectos: a institucionalização do parto e o papel da parteira no processo. Para isso, utiliza-se o conceito de governança reprodutiva, útil para compreender as transformações nas racionalidades políticas no campo da reprodução. Em termos metodológicos, são utilizadas técnicas de análise documental e de conteúdo para analisar a obra escrita de médicos de destaque no país, publicações de obstetrícia e outros documentos institucionais da época. A análise desse processo permite vislumbrar que parte das mudanças promovidas pela racionalidade médica não se baseou em fundamentos científicos, mas sim em decisões políticas e culturais que se alimentaram, entre outras questões, de ideias sobre os deveres da maternidade e os papéis esperados para a mulher. mulheres (assistidas e parteiras) daquele momento histórico.