Resumo: O presente trabalho, fruto de uma discussão realizada em uma tese de doutorado, analisa como que o possível, categoria temporal pertencente ao futuro, vem sendo cada vez mais capturado por mecanismos de poder específicos da chamada sociedade de controle. O campo dos possíveis vem sendo circunscrito hoje em dia não só por visões homogeneizantes de futuro que predominam no imaginário (como o futuro tecnológico da ficção científica), como também por mecanismos de controle cada vez mais refinados que preveem e induzem nosso próximo passo, empobrecendo nossa capacidade de escolha, nossa imaginação e nossas subjetividades. Esse ensaio analisa essas diferentes formas de sequestro dos possíveis, passando pelo maquinário das ciências modernas e pela especulação financeira, até chegar nas informações hoje armazenadas no big data, esse fluxo de dados alimentado pelos algoritmos que controlam e preveem nossas próximas escolhas. O trabalho questiona, ao final, que outros tipos de especulação poderiam, ao contrário de fechar o campo de possíveis, expandi-lo e intensificá-lo, mantendo-se abertos à diferença, à incerteza e às contingências.
Abstract: This work, the result of a discussion carried out in a PhD thesis, analyzes how the possible, a temporal category that belongs to the future, has been increasingly captured by mechanisms of power characteristic of the so-called societies of control. The field of possibilities is being circumscribed today not only by homogenizing visions of the future that predominate in the imaginary (such as the technological future of science fiction), but also by increasingly refined mechanisms of control that predict and induce our next steps, diminishing our ability to choose, our imagination and our subjectivities. This essay analyzes these different forms of hijacking the possible, going through the machinery of modern sciences and financial speculation, until getting to the information currently stored as big data, the data flow fed by the algorithms that control and predict our next choices. The paper questions, at the end, what other types of speculation could, instead of closing the field of possibilities, expand and intensify it, remaining open to difference, uncertainty and contingencies.
Resumen: El presente trabajo, resultado de una discusión realizada en una tesis doctoral, analiza como lo posible, categoría temporal perteneciente al futuro, ha sido capturado cada vez más por mecanismos de poder propios de la llamada sociedad de control. Hoy en día el campo de posibilidades se está circunscribiendo no solo por visiones homogeneizadoras de futuro que predominan en el imaginario (como el futuro tecnológico de la ciencia ficción), sino también por mecanismos de control cada vez más refinados que predicen e inducen nuestro próximo paso, empobreciendo nuestra capacidad de elegir, nuestra imaginación y nuestras subjetividades. Este ensayo analiza estas diferentes formas de secuestrar lo posible, pasando por la maquinaria de las ciencias modernas y la especulación financiera, hasta llegar a la información actualmente almacenada en el big data, ese flujo de datos alimentado por los algoritmos que controlan y predicen nuestras próximas elecciones. El trabajo cuestiona, al final, que otros tipos de especulación podrían, en lugar de cerrar el campo de posibilidades, expandirlo e intensificarlo, permaneciendo abiertos a la diferencia, la incertidumbre y las contingencias.