RESUMO INTRODUÇÃO A associação entre diagnósticos ginecológicos e sua distribuição nos setores de saúde proporciona benefícios no campo da promoção de saúde e na identificação de temas para educação continuada na assistência. OBJETIVO Identificar os diagnósticos em saúde e o fluxo de encaminhamento de mulheres no climatério. MÉTODO Trata-se de estudo transversal realizado no Ambulatório de Saúde da Mulher do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, de referência em ginecologia e de treinamento para residentes de Medicina de Família e Comunidade, entre 2017-2018. A casuística foi realizada a partir de 274 prontuários de mulheres atendidas e foram processados informações sociodemográficas e clínicas, diagnósticos ginecológicos e distribuição dos serviços de saúde (primário, secundário e terciário). O teste qui-quadrado e razão de chance foram utilizados para estatística. RESULTADOS O tabagismo (OR=2,27, IC95% 1,05;4,89, p=0,035) foi associado ao encaminhamento de mulheres no climatério para a maior complexidade. Em relação aos tipos de diagnóstico, a chance de serem encaminhadas para a média e alta complexidade foi de 135% (OR=1,69, IC95% 0,93;3,08) nos transtornos não inflamatórios do trato genital feminino, 200% (OR=0,98, IC95% 0,23;4,02) nas doenças da mama, 300% (OR=1,51, IC95% 0,47;4,83) nos transtornos inflamatórios do trato genital feminino, sem predomínio entre os diagnósticos. CONCLUSÃO As mulheres climatéricas e na pós-menopausa acima de 50 anos e tabagistas com diagnósticos de transtornos não inflamatórios do trato genital feminino e inflamatórios, bem como doenças da mama, foram as mais direcionadas para ambulatório cirúrgico na média e alta complexidade.
SUMMARY OBJECTIVE The association between gynecological diagnoses and their distribution across healthcare sectors benefits health promotion and the identification of topics for continued education of gynecological care. This study aimed to identify healthcare diagnoses and referral flow in climacteric women. METHODS This is a cross-sectional study conducted at the Women’s Health Clinic of the University Hospital, University of São Paulo, with a reference to gynecology and training for Residents of Family and Community Medicine, between 2017 and 2018. The medical records of 242 women whose sociodemographic and clinical information, gynecological diagnoses, and distribution of healthcare services (primary, secondary, and tertiary) had been processed were collected. Statistical analysis included the chi-square test and odds ratio. RESULTS Smoking (OR = 2.27, 95% CI 1.05–4.89; p = 0.035) was associated with the referral of climacteric women to higher complexity services. Considering the distribution of non-oncological diagnoses in climacteric patients, the chance of women being referred to medium- and high-complexity health services presented a 2-fold increase in cases of breast diseases, a 2.35-fold increase in cases of noninflammatory disorders of the female genital tract, and a 3-fold increase in cases of inflammatory diseases of the pelvic organs. CONCLUSION Climacteric women aged over 55 years, postmenopausal women, and smoking women were most frequently referred to medium- and high-complexity outpatient surgery.