OBJETIVO: Descrever as características clínicas e demográficas dos pacientes com diagnóstico de hiperfenilalaninemia acompanhados no Serviço de Referência em Triagem Neonatal da Bahia. MÉTODOS: Estudo transversal de 99 famílias (111 afetados) com fenótipo bioquímico de hiperfenilalaninemia, com coleta de dados em prontuários e em banco de dados laboratorial, incluindo aspectos demográficos e clínicos. RESULTADOS: A incidência de hiperfenilalaninemia na Bahia foi de um caso a cada 16.334 nascidos vivos, com cobertura de 91%. Dentre os pacientes acompanhados, 82% foram diagnosticados pela triagem neonatal e, em 11 famílias, havia mais de um caso. O fenótipo clássico da fenilcetonúria foi diagnosticado em 63 (57%) pacientes. Entre os triados, a mediana de idade na primeira consulta foi 39,5 dias e, deles, 34% apresentavam sintomatologia nesse momento; nenhum com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. A consanguinidade foi descrita em 32% dos casos e houve predomínio de pacientes classificados como brancos (63%). Os pais tinham baixa escolaridade e baixa renda. Dos 417 municípios da Bahia, 15% apresentavam pelo menos um caso, com concentração na região nordeste (10%) e na capital do Estado (14%). CONCLUSÕES: Os resultados evidenciaram idade tardia ao início do tratamento, o que pode comprometer os resultados do programa. Observou-se também presença de consanguinidade e recorrência familiar, reforçando a importância da investigação familiar para diagnosticar indivíduos com deficiência mental de etiologia não esclarecida que podem se beneficiar de tratamento.
OBJECTIVE:To describe demographic and clinical characteristics of patients with hyperphenylalaninemia followed at the Neonatal Screening Reference Service of Bahia, Brazil. METHOD:Cross-sectional study including 99 families (111 affected individuals) with biochemical phenotype of hyperphenylalaninemia by chart review and laboratory database that include demographic and clinical features. RESULTS: The incidence of hyperphenylalaninemia in Bahia was one case per 16,334 live births, covering 91% of them. Among patients followed, 82% were diagnosed by newborn screening and, in 11 families, there were more than one case. The classic phenotype of phenylketonuria was diagnosed in 63 (57%) patients. Among those screened, the median age at first consultation was 39.5 days. Among the patients, 34% had symptoms at the first medical consultation, none of them with delayed neurodevelopment. Consanguinity was reported in 32% of patients. Affected individuals were predominantly classified as white (63%). The parents had low education and low income. Among the 417 municipalities of Bahia, 15% had at least one case, with a concentration in the Northeast (10%) and in the capital of the State (14%). CONCLUSIONS: The results showed elevated age at the beginning of the treatment, which may compromise the program results. Presence of consanguinity and familial recurrence were also noted. Careful investigation of families searching for individuals with mental retardation of unknown etiology that would benefit from the treatment is important.
OBJETIVO: Describir las características clínicas y demográficas de los pacientes con diagnóstico de Hiperfenilalaninemia (HPA) seguidos en el Servicio de Referencia en Selección Neonatal de Bahia. MÉTODOS: Estudio transversal incluyendo a 99 familias (111 afectados) con fenotipo bioquímico de HPA, con recolección de datos en prontuarios y en base de datos laboratorial, incluso aspectos demográficos y clínicos. Se realizó el análisis descriptivo de los datos utilizando promedios (desviación estándar) y medianas (percentiles 25-75). RESULTADOS: La incidencia de HPA en Bahia fue de un caso a cada 16.334 nacidos vivos (NV), con cobertura de 90,8%. Entre los pacientes seguidos, el 82% fueron diagnosticados por la selección neonatal, y en 11 familias había más de un caso. El fenotipo clásico de la fenilcetonuria fue diagnosticado en 63 (56,8%) pacientes. Entre los seleccionados, la mediana de edad en la primera consulta fue de 39,5 días (fenilcetonuria clásica) y, de ellos, el 34% presentaba síntomas en ese momento, ninguno de ellos con retraso en el desarrollo neuropsicomotor. La consanguinidad fue descrita en 32,2% de los casos y hubo predominio de pacientes clasificados como blancos (63%). Los padres tenían baja escolaridad y bajos ingresos. Entre los 417 municipios de Bahia, el 14,6% presentaba al menos un caso, con concentración en la región nordeste (9,9%) y capital de la provincia (14,4%). CONCLUSIONES: Los resultados evidenciaron edad tardía al inicio del tratamiento, lo que puede comprometer los resultados del programa. Se observó, además, la presencia de consanguinidad y recurrencia familiar, reforzando la importancia de investigación familiar para diagnosticar individuos con deficiencia mental de etiología no aclarada que pueden beneficiarse de tratamiento.